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Primeira picape compacta do mercado brasileiro a oferecer carroceria com cabine estendida e dupla, a Fiat Strada traz uma novidade para a linha 2014: cabine dupla com três portas, item de série em qualquer configuração com cabine dupla. É com esta entrada a mais que o modelo se renova para manter a liderança no segmento, posto que ocupa desde 2000. “A Strada sempre teve uma plataforma dinâmica e inovou. Por isso, é natural que continuemos por este caminho. Não vamos esperar a concorrência se mover”, diz Lélio Ramos, diretor Comercial da Fiat.

A ideia da terceira porta ao lado direito aumentou a versatilidade da picape, pois o acesso ao banco traseiro era complexo e desconfortável. “Por isso, também optamos pela porta suicida (que se abre no sentido inverso), pois podíamos eliminar a coluna central e facilitar o acesso”, explica Claudio Demaria, diretor de Design e Estilo da Fiat. A vantagem, porém, gerou ganho de peso. São 50 quilos extras com a introdução da porta a mais. A retirada da coluna central entre as portas levou a Fiat a fazer uma série de reforços no assoalho e no teto da picape para não prejudicar a segurança do veículo em impactos laterais.

O banco traseiro da Strada cabine dupla continua sendo apertado para qualquer pessoa com mais de 1,70 m de altura. Porém, a tarefa de acessar a segunda fileira ficou bem mais simples e tornou a entrada mais fácil que a de um carro de quatro portas convencional, uma vez que, com a abertura invertida da porta e sem coluna, os movimentos não têm contorcionismos. Para a questão do isolamento acústico, em razão da abertura extra, a Fiat resolveu com muita borracha em volta de ambas as portas ao lado direito. Vale lembrar que o vidro da janela desta porta não abre.

Mudanças para pegar no batente

O câmbio automatizado da picape (exclusivo das versões Adventure) passou por melhorias, seguindo a atualização do equipamento em outros modelos da marca. Chamado de Dualogic Plus, incorporou a função creeping, que faz com que o carro se mova lentamente ao tirar o pé do freio. Assim, a operação do câmbio é mais similar a de um automático convencional.

Todas as configurações da Strada ainda ganharam lanternas menores, que abandonam pela primeira vez o visual baseado no conjunto da primeira versão da picape, de 1998. A tampa traseira também é novidade, com formato convexo, que permitiu o aumento da capacidade de carga. A cabine simples ganhou 120 litros (total de 1.220 litros), a estendida agora leva mais 110 litros (total de 910 litros), enquanto a dupla pode carregar 100 litros a mais (total de 690 litros). Para a versão Working, a Fiat atualizou o para-choque dianteiro com formas mais complexas que a peça de linhas discretas da versão 2013.

Na lista de equipamentos de série, há airbag duplo, direção hidráulica, freios ABS e abertura elétrica da tampa de combustível. A Trekking inclui ar-condicionado, vidros e travas elétricas. O sistema de bloqueio eletrônico de diferencial, Locker, antes oferecido só na configuração Adventure, também pode ser adquirido como opcional na Trekking.

Plataforma denuncia idade do projeto

Os motores da Strada não mudaram. A Working traz o Fire 1.4 flex, com potência de 85 cv (gasolina) e 86 cv (etanol), enquanto a Trekking  tem o propulsor E-torQ 1.6 16V flex que desenvolve potência de 115 cv (gasolina) e 117 cv (etanol). Para a Adventure, está reservada a motorização mais potente: 1.8 16V de 130 cv (gasolina) e 132 cv (etanol).

Enquanto os propulsores maiores têm desempenho condizente com a sua cilindrada, o Fire 1.4 já mostra sinais de cansaço. Seus 86 cv travam uma batalha contra os 1.151 kg da versão Working cabine dupla. A 120 km/h, o propulsor gira a 4.000 rpm e perde embalo na ladeira. Enquanto isso, o câmbio manual tem operação suave, mas é impreciso em trocas realizadas com mais rapidez.

Este é apenas um sinal dos 15 anos da plataforma da Strada, que permanece a mesma, apesar de quatro grandes mudanças externas ao longo da sua história. Por dentro, o acabamento é mais simples que o da principal rival, a Volkswagen Saveiro, e o painel já parece datado (veja aqui a disputa entre as duas picapes).

Vai vender? - a Fiat tem mais um argumento para manter a liderança do segmento, apesar dos esforços da Volkswagen com a nova Saveiro, que vende quase metade do volume Com mais uma opção de carroceria, a picape feita em Betim (MG) deve se manter como a mais vendida por oferecer muitas opções para os clientes com as mais diversas necessidades. Nem a plataforma do carro, que conta com o peso de 15 anos de projeto, deve fazer com o que a Fiat baixe a média de 11 mil unidades por mês em vendas.

Para quem ainda acha que cabine dupla numa picape pequena não faz sentido, basta olhar os números da Fiat, que revelam que 50% de todas as Strada que saem de Betim (MG) possuem o assento traseiro. A cabine simples responde por 30% do total e a estendida completa a gama com 20% de participação. “Estamos já no limite da capacidade produtiva da fábrica para a Strada, mas pretendemos aumentar a produção para atingirmos uma média de 13 mil unidades por mês”, contabiliza Lélio Ramos.

Confira os preços da Fiat Strada 2014:

- Working 1.4 simples: R$ 33.750.
- Working 1.4 estendida: R$ 36.870.
- Working 1.4 dupla com três portas: R$ 42.330.

- Trekking 1.6 dupla com três portas: R$ 48.360.

- Adventure 1.8 estendida: R$ 49.480.
- Adventure 1.8 dupla com três portas: R$ 54.360.