Com vocação natural para energia renovável e políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável, Mato Grosso do Sul deu mais um passo rumo à neutralidade de carbono com a inauguração da primeira usina de hidrogênio verde do Estado. O empreendimento, instalado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), representa um marco na matriz energética regional e promete atrair cerca de R$ 2 bilhões em investimentos até 2030.

Durante a solenidade de inauguração, o governador Eduardo Riedel destacou a importância do projeto. "Alegria muito grande participar deste momento de celebração. O que representa esta usina para Mato Grosso do Sul é muito relevante, a transição energética é um tema que faz parte do nosso eixo estratégico", afirmou. Segundo ele, o ambiente de negócios favorável tem permitido ao Estado avançar de forma estratégica na atração de projetos sustentáveis. “Assim vamos construir um caminho para nos tornarmos cada vez mais fortes, com apoio ao ambiente de pesquisa e inovação”, completou.

A usina é fruto de uma parceria entre a UFMS, a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP) e a empresa Green World Energy Hydrogen (GWE). O projeto piloto vai produzir uma tonelada de hidrogênio por mês, utilizando painéis solares e um eletrolisador que separa as moléculas da água (H₂O), gerando hidrogênio e oxigênio de forma limpa e renovável.

A estrutura também contará com um Laboratório Multiusuário de Estudos sobre o Hidrogênio Verde, voltado para pesquisa e inovação. Além disso, 500 profissionais – entre engenheiros, pesquisadores e professores – serão capacitados para atuar no setor, que deverão ganhar força nos próximos anos.

De acordo com Marcelo Estrela Fiche, coordenador do projeto pela RBCIP, a expectativa é ainda desenvolver mais soluções energéticas a partir do hidrogênio verde. "O hidrogênio e todos os seus derivados não é mais o futuro e sim uma necessidade para o presente. Um dos grandes desafios agora é trabalhar na capacitação das pessoas, qualificar mão de obra", apontou.

Mato Grosso do Sul já conta com 94% da sua capacidade instalada de energia proveniente de fontes renováveis, o que reforça o compromisso do Estado com a descarbonização da economia e o fortalecimento da bioeconomia. Em 2024, o Estado alcançou a marca de 9.843 megawatts (MW) de energia instalada, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior.

O novo empreendimento está alinhado às metas do plano estadual de transição energética, diz o secretário da Semadesc, Jaime Verruck. "A apresentação dessa usina marca mais um avanço concreto na estratégia de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro até 2030. O Estado já possui 94% de sua matriz energética inovações como limpa e, com o hidrogênio verde, estabelece uma nova rota tecnológica. A produção poderá ser utilizada para gerar energia, fabricar amônia, desenvolver fertilizantes e até integrar soluções com etanol. Estamos construindo um modelo sustentável, baseado em planejamento e inovação", finalizou Verruck.

A nova usina se integra à política estadual que visa tornar o Estado de carbono neutro até 2030, fortalecendo a atuação de Mato Grosso do Sul como líder em inovação, sustentabilidade e energias limpas no Brasil.

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