Eleições 2014: Proposta do candidato ao senado Ricardo Ayache é priorizar saúde
Ricardo Ayache é médico especialista em cardiologia, possui mestrado em gestão de Cooperativas de Saúde e foi presidente da Caixa de Assistência aos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) por duas gestões. Durante sua administração, ampliou o número de consultas aos funcionários públicos construindo hospitais, reformando os centros de atendimento e implantando o ônibus da saúde para combate ao câncer. É filiado ao Partido dos Trabalhadores há 13 anos.
Ayache que é candidato a uma vaga ao Senado Federal tem como meta ampliar o acesso da população à saúde, principalmente fortalecendo os programas de atendimento familiar.
Ruralnews: Por que se candidatou?
Ricardo Ayache: Há uma tendência de nomes novos na política e o partido acreditou que somos um nome forte para compor a chapa do candidato ao governo, Delcídio do Amaral. Trabalhamos muito pela saúde do servidor e como senador posso fazer pela população.
Ruralnews: Sua base de governo é a área da saúde, como está atualmente no Estado?
Ricardo Ayache: Este é o grande problema do Estado. É preciso fortalecer a saúde da família para que o atendimento seja feito na base. No Mato Grosso do Sul, a saúde da família está com uma cobertura abaixo de 40% e nossa meta é atingir 75% da população. É preciso incrementar este setor para que possamos resolver problemas básicos. Vamos incentivar na base para que possamos aliviar nas pontas e evitar que os hospitais fiquem cheios. Podemos aumentar o número de especialidades, de exames e de cirurgias eletivas. Não dá para esperar tanto tempo por um atendimento. Isso é um problema crônico e é importante tratar. Vamos também trabalhar dentro do plano nacional, fortalecendo os hospitais, ampliando e criando novos hospitais e centros de diagnósticos. É preciso também atuar juntos das famílias, dando saneamento e acabando com as doenças. Nas escolas, podemos levar práticas de hábitos saudáveis, incentivando o esporte e promovendo a saúde. Quais as opções que os jovens têm? Temos que integrar a comunidade para retira-los das ruas e canalizar essa energia para as boas práticas. Se o estado não proporciona isso aos jovens, não proporciona cursos, esportes e dá condições para se manterem, ele se tona vulnerável para um ambiente negativo. Temos muitos assentamentos aqui no Estado é precisamos levar a saúde básica para lá. A área da saúde precisa ter uma integração com todas as outras áreas.
Ruralnews: E na área de educação, o que você pretende?
Ricardo Ayache: Nós temos o Plano Nacional de Educação (PNE) que está aprovado até 2.020. Vamos também ampliar os programas de capacitação dos professores e educadores e melhorar os salários. O senador tem a função de fiscalizar então temos que cuidar para que o PNE seja efetivado. Eu também acredito na escola de tempo integral. Hoje os pais não têm mais tempo para cuidar de seus filhos porque precisam trabalhar para ganhar o sustento. Então temos que viabilizar mais escolas de tempo integral em várias cidades. Mas mais importante que escola é os pais acompanharem seus filhos e participarem mais da vida escolar. Temos que incentivar isso. Com a aprovação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação e os royalties do pré-sal vai ter muito incremento no investimento na Educação. Este é um caminho. Em 2.002, apenas 26% da população tinha ensino médio, agora esse número chega a 39%. Temos também que ampliar as escolas técnicas, onde os jovens já saem com uma formação e prontos para o trabalho. Por exemplo, com a chegada das fábricas em Três Lagoas, a maioria da mão de obra teve que vir de fora, pois eles não tinham qualificação. O desenvolvimento precisa ser planejado. Em Três Lagoas, houve um crescimento na cidade, mas que veio acompanhado de problemas graves. O custo de vida aumentou, os alugueis, os preços dos produtos, a violência, o uso do álcool e das drogas.
Ruralnews: Na área da habitação, como acabar com esse déficit?
Ricardo Ayache: Estimulando os programas sociais do Governo Federal. É nossa função captar recursos para que possamos investir nas casas populares. Agora com uma lista do Governo Federal, o cidadão que tiver uma casa, vender ou alugar, voltar para a favela e entrar novamente na fila não vai conseguir. Se ele já recebeu, não vai poder receber de novo. O estado avançou bastante, as políticas públicas estão chegando. Para acabar agora com o déficit habitacional precisamos construir mais 79 mil casas no Mato Grosso do Sul. Só em Campo Grande, temos 25 mil famílias em situação de risco.
Ruralnews: O Estado se industrializou, como incentivar o agronegócio para que possa crescer?
Ricardo Ayache: Este é um grande setor de nosso Estado. Mesmo passando por essa industrialização, o agronegócio acompanhou. Hoje temos mais de R$ 140 bilhões para que possamos investir no produtor rural. As colheitas este ano estão batendo recordes de safra. Temos que fortalecer ainda mais o produtor em todo o Mato Grosso do Sul. Há diferenças grandes nas localidades. Regiões mais desenvolvidas e outras menos, por isso temo que levar para as regiões que estão menos desenvolvidas os incentivos para o agronegócio, respeitando as características de cada região e tentar equilibrar. Olhe Chapadão do Sul. O município participa somente com R$ 30 mil para o PIB estadual. Essas regiões precisam ser melhor trabalhadas, pois com o desenvolvimento chega também ofertas de oportunidades para os sul-mato-grossenses.
Ruralnews: Com relação à área da cultura, o Estado deixou de investir?
Ricardo Ayache: O Estado parou. Veja os festivais, por exemplo, está virando só shows. Não tem mais o incentivo da arte e da cultura regional. Temos que debater e investir. Este é um grande problema da população, não temos mais uma identidade definida. Incentivando a cultura, mais perto da população, teremos objetivos definidos. Para isso é preciso levar até o bairro, música, teatro, cinema, leitura e outras opções para que as pessoas possam ter acesso. O estado pode desenvolver essa área.
Ruralnews: A segurança pública é uma das principais preocupações da população, o que pode ser feito?
Ricardo Ayache: Isso acontece em todas as regiões. Temos um efetivo baixo, uma frota sucateada, policiais sem treinamento e capacitação. Primeiro temos que atuar de dentro para fora para depois implantar o videomonitoramento e dar mais segurança para a população. Por nosso Estado ser de fronteira com outros países, é preciso também incentivar os policiais que cuidam desta região, melhorando o combate as drogas e o tráfico. Outro ponto muito importante é a implantação da Delegacia da Mulher 24 horas em todo o Estado. Algo necessário é a integração entre as polícias e o exército. Com isso, melhoramos o sistema e o combate a violência será ampliado. Há recursos para que possamos melhorar nossa segurança, o estado tem que interferir mais nessa questão para que os resultados cheguem à população.
Ruralnews: Para finalizar, o que você pode dizer para a população?
Ricardo Ayache: Vamos garantir os direitos constitucionais para os sul-mato-grossenses. Focar na área da saúde e trabalhar para levar a todos um melhor atendimento, dando mais dignidade para as famílias. Vamos incentivar a promoção à saúde e ter um atendimento com qualidade. Vamos tirar o estado de penúltimo lugar em investimentos na área da saúde e contribuir para que a população tenha acesso. Debater a reforma política é fundamental para o país e para o futuro da população. Uma coisa que o brasileiro não aguenta mais e é oneroso para o Brasil é esse sistema de eleições a cada dois anos. Temos que debater e mudar isso. Votar do presidente ao vereador em uma só eleição a cada quatro anos. Outro grande entrave para o Brasil são os impostos. É preciso debater e desonerar a população dessa carga tributária. A função de um senador é debater e achar a melhor solução para o país como um todo e vamos trabalhar para avançar ainda mais.
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