Logo após o Ministério da Agricultura e Pecuária informar que realmente existia um caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (Mal da “vaca louca”), os grupos de pecuaristas foram inundados de comentários pessimistas sobre quais serão os possíveis desdobramentos desse novo episódio de Mal da “vaca louca”, que possivelmente será atípico, ocorrência natural e não relacionada à enfermidade. Se for confirmado, não será o primeiro e nem o último e mais uma vez mostrará ao mundo que o nosso sistema de vigilância sanitária está diligente e operante.

A morte em pasto aumenta as chances de que o suposto caso de vaca louca tenha se originado de forma “atípica”, espontaneamente na natureza, em vez de ser transmitido pela ingestão de ração animal contaminada. Isso, em tese, reduz as chances de imposições de barreiras comerciais.

Lygia Pimentel, CEO e fundadora da Agrifatto, publicou um vídeo logo nas primeiras horas de segunda-feira (20), confirmando a existência do caso suspeito e apresentando quais seriam os possíveis efeitos do problema. Segundo Lygia autoridades brasileiras responsáveis, muito possivelmente, já estariam desembarcando na China afim de tratar sobre o problema, diretamente com as autoridades responsáveis.

No Mato Grosso do Sul, o mercado deve seguir as tendências da semana passada, arroba do boi R$ 265, da vaca R$ 246.

Todos os abates de animais mercado China estão suspensos até segunda ordem. Seja Indústrias grandes ou pequenas. A existência de um protocolo sanitário assinado entre os dois países em junho de 2015 obriga o Brasil a comunicar o caso a Pequim e promover um auto-embargo nos embarques, com a suspensão imediata das exportações. O embargo é temporário, mas o tempo de duração é indeterminado – e é neste ponto que mora a preocupação de indústrias como JBS, Marfrig e Minerva.

Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na ocasião, os casos também foram atípicos, mas a China, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.

Quais são os efeitos à partir de agora?

“Durante as nossas últimas análises do mercado do boi gordo consideramos que o mercado estava histérico, nós vimos o mercado subindo e dando uma firmada com preços mais altos oferecidos pelo ‘Boi China’, ao mesmo tempo houve uma venda mais intensa por parte dos pecuaristas, as escalas lotaram e sobrou carne no atacado e vimos o mercado derretendo no final da semana passada.” – comentou Lygia. Ainda segundo ela, a principal consequência será que toda a carne com destino ao país asiático será redirecionado ao mercado interno brasileiro, com isso teremos uma pressão de baixa nos preços da arroba do boi gordo.

 

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