Reunindo empresas que são participantes na agropecuária, a comunidade científica e os produtores – são mais de 15 mil visitantes ao longo dos três dias de evento, a Showtec, a maior feira voltada para a tecnologia agropecuária de Mato Grosso do Sul, teve o lançamento divulgado na manhã desta terça-feira (31), na Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul). O evento contou com a participação do governador Reinaldo Azambuja, do presidente da federação, Mauricio Saito, do presidente da Fundação MS, Leonardo Mendes, do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), Junior Mochi, secretários de estado, instituições financeiras e produtores.

 

A Showtec será realizada entre os dias 17 e 19 de Janeiro de 2018, em Maracaju, a cerca de 176 km de distância da capital sul-mato-grossense, e terá como tema principal o Carbono Zero. Segundo a Fundação, há uma estimativa de dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Mato Grosso de que a adoção do sistema lavoura pecuária, ou seja, o plantio de gramíneas consorciada com a atividade de soja, e até mesmo com a atividade de floresta, consegue sequestrar mais de 70 toneladas de carbono por hectare.

 

Para demonstrar a necessidade de equilibrar a produção e a manutenção de programas que visam diminuir o carbono na atmosfera, a Fundação MS contratou uma empresa que vai calcular o quanto de emissão de carbono a Showtec terá durante o evento e o quantas árvores serão necessárias para neutralizar esse impacto. “As árvores serão plantadas na Serra da Bodoquena”, disse o presidente da Fundação MS, Leonardo Mendes.

 

A escolha do tema pela Fundação foi elogiada por Azambuja, que destacou a atualidade do assunto. Um levantamento feito pela Thomson Reuters Financial & Risk, publicado hoje, mostra que 250 das maiores empresas do mundo com ações em bolsa são responsáveis por um terço das emissões de gases de efeito estufa. Ontem (30), a World Meteorological Organization emitiu relatório destacando que a concentração média global de dióxido de carbono (CO2) bateu recordes em 2016, com o mais alto nível nos últimos 800 mil anos.

 

“Então nada mais atual do que trabalhar a Showtec, na sua 22ª edição, com a mitigação, que já tem sido uma tônica das instituições de pesquisa e do governo do estado para transformar o Mato Grosso do Sul talvez no único estado carbono neutro do país”, destacou o governador.

 

Segundo ele, o avanço tecnológico dentro da agropecuária tem permitido o avanço da produção em regiões que antes eram inacessíveis. “A cada ano, olhamos o mapa do MS e começa a ser pintado com a integração agricultura/pecuária/florestas em várias regiões que antes, até pouco tempo, era inimaginável que teríamos produção ou possibilidade de agricultura em algumas regiões que estamos vendo crescer. Isso é devido ao trabalho da fundação, das universidades, das Embrapas, que criaram alternativas de produção, variedades que se sujeitam a essas regiões, metodologias de correção de solo, novos métodos produtivos, e, principalmente, o uso correto de fungicidas, herbicidas, que garante uma estabilidade produtiva ao Mato Grosso do Sul e que levou neste ano o estado a chegar aos 19 milhões de toneladas produzidas”, ressaltou.

 

Além do tema principal, a feira também trará novidades sobre a utilização de inimigos naturais para o controle das próprias pragas, proporcionando uma redução no uso de defensivos químicos, e o gerenciamento de gestão, inovação e técnicas de construção de perfil de solo, que permite com que o produtor possa suportar um veranico climático e o período de chuvas, sem comprometer a produção.

 

O uso de tecnologias na agropecuária tem mostrado resultados significativos nos últimos anos. Nos últimos 40 anos, segundo a Famasul, o estado passou de 650 mil toneladas de grãos em 1977 – soja e milho – para mais de 19 milhões de toneladas em 2017. “O nosso papel, enquanto comunidade científica, está em colocar para o produtor aquelas tecnologias que vão efetivamente produzir, aumentar a produtividade, mas com menor custo”, destacou Mendes.

 

O presidente da Famasul também ressaltou o crescimento da produtividade aliado a tecnologias. “Se não fosse a ciência, não teríamos a disposição essas novas tecnologias, que nos levaram a esses números tão pujantes no estado de Mato Grosso do Sul”, ressaltou Saito.

 

Para o deputado estadual e presidente da ALMS, Junior Mochi, nas últimas quatro décadas, a produção estadual de milho e soja cresceu mais de 30 vezes. Ele também destacou o papel da Fundação MS na contribuição da efetividade das ações e na disseminação do conhecimento para a classe produtora. “Nos mais de 20 anos de existência, reconhecemos todo o trabalho desenvolvido pela Fudnação MS contribuindo de forma efetiva para a produção”, disse.

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