Semana fechou com preços da arroba longe dos R$ 300
O último dia útil antes do Natal, o mercado brasileiro do
boi gordo continuou registrando negócios esparsos, frente ao baixo apetite
comercial de ambas as pontas (frigoríficos e pecuaristas), informam as
consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Segundo
apuração da IHS Markit, os preços da arroba ficaram estáveis na maioria das
regiões brasileiras, mas houve registro de alguns ajustes negativos em algumas
praças do País.
“Os
pequenos carregamentos (de boiadas gordas) que surgem neste momento são para
fechar lacunas nas escalas de abate das indústrias”, observa a IHS, que
acrescenta: “Ainda há registros de lotes programados para a próxima semana, com
animais entrando para o abate entre os dias 28 e 29 de dezembro”.
No
entanto, continua a IHS, a maior parte das escalas de abate das unidades
frigoríficas já se encontram fechadas e as indústrias só devem retornar às
compras de boiadas gordas após as festas de virada do ano.
Porém,
prevê a IHS, nos primeiros dias de 2023, o ritmo de aquisição de animais
terminados ainda deverá seguir cadenciado nas praças brasileiras. “O primeiro
mês do ano é conhecido como ‘ressacada’
no mercado do boi gordo”, justifica a IHS.
Neste
momento, relata a consultoria, o volume de boiadas terminadas é mais enxuto nas
praças do Sudeste, em algumas regiões do Centro-Oeste e também nas praças do
Sul do País.
Nas
regiões Norte e Nordeste, diz a consultoria, há uma maior disponibilidade de
animais prontos para abate.
Na
avaliação da IHS, os preços do boi gordo devem permanecer em sentidos
diferentes, abrindo um diferencial considerável entre algumas regiões
pecuárias.
“Nas
áreas onde a maior parte de gado abatido é destinada ao mercado externo, as cotações
da arroba devem seguir mais firmes, com até possibilidades de avanços em
algumas praças”, estima a IHS.
Em
contrapartida, nas regiões onde as indústrias operam em sua maior parte
atendendo ao mercado doméstico, o desequilíbrio entre oferta e demanda pode
estimular um movimento de baixa nos preços da arroba, prevê a IHS.
Pelos
dados da Scot Consultoria, nesta sexta-feira (23/12), os preços dos animais
terminados ficaram estáveis nas praças do interior de São Paulo.
Desta
forma, o boi gordo vale R$ 280/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são
negociadas por R$ 262/@ e R$ 272/@ (preços brutos e a prazo).
O
boi-China (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) segue cotado em R$
285/@ no mercado paulista (valor bruto, no prazo), acrescenta a Scot.
No
mercado atacadista, o ritmo de compras de carne bovina por parte da cadeia de
distribuição e do varejo seguiu lento nesta sexta-feira (23/12). “A procura
mais firme de cortes nobres, sobretudo do traseiro, impulsionou ajustes
positivos para o preço desta categoria”, informa IHS.
Por
sua vez, houve recuos nos valores do dianteiro e de cortes menos nobre,
estimulados principalmente pela competitividade em relação às proteínas
concorrentes (sobretudo frango).
“Espera-se
por uma manutenção da demanda doméstica pela carne bovina neste final de semana
e um volume mais forte de vendas ao longo da última semana do ano”, prevê a
IHS.
Em
relação às exportações brasileiras de carne bovina, diz a consultoria, embora
tenham diminuído a intensidade frente ao mês anterior, o desempenho em
dezembro/22 segue superior ao registrado em igual período do passado,
colaborando para equalizar os estoques internos da proteína.
Segundo
os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 12 primeiros dias
úteis de dezembro, 81,92 mil toneladas de carne bovina in natura foram escoadas
para o mercado internacional, com média diária de embarques em 6,83 mil
toneladas, 8,3% abaixo do volume médio registrado no mês passado, mas 23,7% superior
à média de dezembro de 2021.
“Porém,
neste momento, o que preocupa as indústrias exportadoras é a queda acumulada no
valor médio da tonelada embarcada ao exterior”, observa a IHS.
De
acordo com os números da Secex, o preço médio da carne bovina exportada nos 12
primeiros dias úteis de dezembro/22 ficou em US$ 4.986,09/tonelada, com
desvalorização de4,6% sobre o valor médio de novembro/22.
Em
relação à máxima do ano, alcançada em junho/22, a queda no preço médio atual
(parcial de dezembro/22) é de 26,9%, compara a IHS.
Cotações
máximas de machos e fêmeas nesta sexta-feira, 23/12
(Fonte:
IHS Markit)
SP-Noroeste:
boi a
R$ 288/@ (prazo)
vaca
a R$ 269/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a
R$ 261/@ (à vista)
vaca
a R$ 246/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a
R$ 263/@ (prazo)
vaca
a R$ 246/@ (prazo)
MS-Três
Lagoas:
boi a
R$ 261/@ (prazo)
vaca
a R$ 243/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a
R$ 253/@ (prazo)
vaca
a R$ 238/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a
R$ 253/@ (prazo)
vaca
a R$ 238/@ (prazo)
MT-B.
Garças:
boi a
R$ 251/@ (prazo)
vaca
a R$ 241/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a
R$ 249/@ (à vista)
vaca
a R$ 229/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a
R$ 249/@ (à vista)
vaca
a R$ 234/@ (à vista)
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