Produtores reclamam a falta de estrutura nos armazéns da Conab no Estado
Depois da série de reportagens sobre o descaso do governo com os armazéns públicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), produtores do Mato Grosso do Sul alertam para a falta de estrutura dos imóveis no Estado.
Hoje o Estado tem mais de 10 armazéns da Conab, mas somente seis estão operando atualmente. O descaso com o dinheiro público por parte da Conab também é grande nessa região do país.
– Hoje, a atuação da estatal no Estado é quase insignificante. Dentre os problemas das unidades estão falhas na secagem, infiltração... A capacidade já é pouca e ainda temos esses problemas – relata o diretor da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Lucas Galvan.
Parado e abandonado, é como está o armazém da Conab em Pedro Gomes (MS). A estrutura do galpão é boa e pode ser usada tranquilamente, mas a estatal negou um pedido feito pelos produtores para usá-lo. Eles mesmos já investiram R$ 13 mil para consertar a balança, mas foram proibidos de usar o local em 2010. Na área, há somente o segurança para impedir qualquer invasão.– Já pedimos muitas vezes para utilizar esse armazém, que possui a única balança do município. Usamos por quatro anos e já está parado há 1 ano e meio – conta José Scalabrini, presidente do Sindicato Rural da cidade.
Além de unidades operando com problemas, existe também a denúncia de um armazém que é usado somente por tradings, por falta de interesse da Conab. Localizado em São Gabriel do Oeste (MS), a estrutura para 15 mil toneladas não tem recebido grãos de produtores.
– O armazém aqui da cidade está com problemas no secador de grãos e acabou virando entreposto das tradings. Há quatro anos o secador quebrou e a Conab não consertou, então os produtores não conseguem secar o produto lá – afirma Julio Bortolini, presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste (MS)
Outros dois maus exemplos vêm de Chapadão do Sul (MS). Um antigo galpão da Conab se deteriora ao lado de lavouras. Apesar de não ter mais uso há quase 10 anos, a Companhia paga vigilantes privados para impedir invasões. Próximo dali, outro armazém, considerado o maior de Mato Grosso do Sul, também não guarda nenhum grão dos produtores, onde poderia entrar 50 mil toneladas.
– O armazém menor está lá caído, sem uso. Ele nunca funcionou direito. No caso do armazém maior, ele está parado desde 2011 por necessidade de reformas. Já estive em Brasília tentando arrendar o imóvel para uma Cooperativa tocá-lo e não consegui. Nem resposta tivemos – diz a diretora do Sindicato Rural de Chapadão do Sul, Darci Ruy Borgelt.
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