Produtor apresenta documentos que comprovam atuação errada do Cimi e também de Pedro Kemp
Durante mais uma oitiva da CPI do Cimi – Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar atuação do Conselho Indigenista Missionário, por financiar e incitar invasões de terras em Mato Grosso do Sul, foram convocados dois depoentes o produtor rural Raul das Neves e o procurador Marco Antônio Delfino.
O procurador Marco Antônio Delfino que reside em Dourados, não compareceu a oitiva alegando falta de pagamento de diárias, por parte do órgão dele. Segundo o Relator da CPI, o Deputado Paulo Corrêa (PR), solicitou que o procurador fosse intimado da forma Coercitiva, o que foi negado pelo colega petista Pedro Kemp, que faz oposição a CPI do Cimi.
Já produtor rural Raul da Neves, apresentou documentos que comprovam varias situações relacionadas ao Cimi e também de titularidade de suas terras, por exemplo a fazenda "Do Inho", de propriedade do produtor rural Raul das Neves, com titulo desde 1842, época do Brasil império.
Em 2008, a fazenda Santo Antônio, vizinha à sua propriedade, foi invadida, e os indígenas usaram a fazenda de Raul como corredor, aproveitando que o mesmo estava em Portugal visitando seus familiares.
De acordo com o Produtor foi ai que começou o pesadelo, “A partir desse momento comecei a viver as consequências de uma terra invadida, sem estar invadida. Tive a lavoura destruída e a cerca do fundo da casa foi toda arrancada”, narrou.
Em novembro de 2011, seria realizada uma Aty Guasu na fazenda Santo Antônio, uma grande reunião do povo Guarani. Ele entrou com pedido de liminar para que o encontro não acontecesse, uma vez que já havia solicitação de reintegração de posse deferida.
A justiça atendeu seu pedido. Ao determinar à Funai, aos indígenas e às pessoas ligadas ao Cimi que não realizassem a Aty Guasu, o juiz destacou que os membros do Conselho Indigenista Missionário estavam promovendo um trabalho de deslocamento de outros indígenas para a terra esbulhada, alertando para o perigo de confrontos no local.
Mesmo assim, conforme o relato do fazendeiro, o Cimi levou mais indígenas e a reunião aconteceu, inclusive com apoio do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que financiou o material gráfico que convidava para a Aty Guasu.
O produtor também contou detalhes sobre o CAC (Compromisso de Ajustamento de Conduta) firmado em 2008 entre o MPF (Ministério Público Federal) e a Funai (Fundação Nacional do Índio). O termo foi elaborado a partir de uma reunião da qual participaram, além dos membros do Ministério Público Federal e da Funai, antropólogos, pesquisadores e integrantes do Cimi.
O objetivo era formar grupos de trabalho, listar as áreas que não haviam sido demarcadas e apresentá-las aos indígenas. Nenhum índio participou do grupo de trabalho e a questão levantada é o motivo da presença do Cimi na equipe.
O CAC deu origem a um mapa, da chamada “Nação Guarani”. Trata-se de um mapa trinacional, envolvendo Brasil, Paraguai e Argentina, com áreas em 6 bacias hidrográficas e impacto direto a 26 municípios de Mato Grosso do Sul, conforme o relato do produtor rural.
De acordo com Raul das Neves, o curioso é que as mesmas pessoas que assinam o mapa como coordenadores e colaboradores, foram acusadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) e pelos próprios indígenas de incitar os índios a invadir propriedades privadas e de fabricar terras indígenas. Os nomes citados pelo produtor rural nesse processo são os seguintes: Celso Aoki, Rubens Tomás de Almeida e Paulo Pepe.
Segundo o fazendeiro, eles são membros do CTI (Centro de Trabalho Indigenista). Do Cimi, segundo ele, participaram Egon Heck e o historiador Antônio Brant.
Outra prova anexada aos arquivos da CPI, trazida pelo produtor Raul das Neves, é uma denúncia registrada em cartório pelo indígena Adair Gonçalves Sanches, vereador eleito em Amambai.
Ele diz que o PKN (Projeto Kaiowá Nandeva), o Cimi e o PT são “entidades ligadas entre si”, e que usam “de malandragem e safadagem para fazem montagens em Mato Grosso do Sul, coisas que ninguém nunca imagina”. O documento dá detalhes sobre o “modus operandi” do Cimi nos processos de invasão de terras.
Presidente da CPI, a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) perguntou ao produtor rural se ele achava que as próprias matérias divulgadas pelo Cimi em sua página na internet e em seu Facebook incitavam os indígenas ao confronto.
Raul das Neves respondeu: “Se eu não tivesse certeza disso, não estaria aqui. E se eu tivesse mais conhecimento jurídico e mais preparo, teria uma pilha de papel e de fotos para apresentar a essa CPI”.
Com informações da Assessoria.
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