A produção das indústrias sul-mato-grossense avançou no mês de setembro deste ano com o índice de evolução da produção industrial marcando 51,7 pontos, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas estaduais. Conforme o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, na prática, a produção apresentou crescimento pelo terceiro mês consecutivo.

 

A Sondagem Industrial foi realizada junto a 84 empresas, sendo 39 pequenas, 35 médias e 10 grandes no período de coleta de 2 a 17 de outubro de 2017. Para 35,7% dos respondentes, a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de setembro, enquanto em agosto esse número era de 30,7%. Essa piora se refletiu do índice de avaliação do uso da capacidade instalada, com o resultado alcançando 44,6 pontos contra 47,3 no mês anterior.

 

"Resultados abaixo dos 50 pontos indicam utilização inferior ao usual, sendo que a ociosidade média da capacidade instalada em setembro ficou em 29%, contra 27% no mês de agosto", detalhou Ezequiel Resende. De um modo geral, de acordo com ele, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul mostraram-se insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no terceiro trimestre deste ano, com o indicador alcançando 44,9 pontos.

 

Crédito

Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 37,2 e 48,4 pontos, respectivamente. "Valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação dos empresários em relação aos itens pesquisados, contudo, os resultados mostram nítida melhora na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e mesmo com os resultados do segundo trimestre deste ano", pontuou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.

 

Em Mato Grosso do Sul, no terceiro trimestre de 2017, 36,9% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 32,1% dos empresários, enquanto a situação financeira geral da empresa foi considerada ruim por 31% dos respondentes e, além disso, 54,8% responderam que teve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas.

 

"As principais dificuldades enfrentadas pelos industriais de Mato Grosso do Sul no 3º trimestre de 2017 são elevada carga tributária, falta ou alto custo da matéria prima, inadimplência dos clientes, dificuldades na logística de transportes, falta de capital de giro e demanda insuficiente foram os principais problemas apontados pelos industriais sul-mato-grossenses no segundo trimestre do ano", destacou o economista.

 

Detalhamento

Com relação ao índice de expectativa do empresário industrial, Ezequiel Resende explica que, em outubro, o índice da demanda marcou 55,4 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de outubro, enquanto o índice de empregados marcou 50,7 pontos, apontando expectativa de estabilidade em relação ao número de contratações nos próximos seis meses a partir de outubro. Já o índice de exportação marcou 61,2 pontos, indicando expectativa de aumento na quantidade vendida para o exterior nos próximos seis meses a partir de outubro.

 

Ainda em relação à demanda, em outubro, 46,7% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses, enquanto, para o mesmo período, 12% preveem queda e as empresas que acreditam que o nível de demanda se manterá estável responderam por 40% do total, sendo que 1,3% não apresentaram resposta. Já sobre os números de empregados, em outubro, 16% das empresas responderam que esperam aumentar as contratações nos próximos seis meses, enquanto 5,3% apontaram que esse número deve cair, 76% esperam manter o quadro de funcionários estável e 2,7% não apresentaram resposta.

 

Nas exportações, em outubro, 13,3% das empresas respondentes disseram esperar aumento nas exportações de seus produtos nos próximos seis meses, enquanto 1,3% acreditam que deva ocorrer queda. Já as empresas que preveem estabilidade para suas exportações responderam por 10,7% do total. Por fim, 69,3% das empresas disseram que não exportam, enquanto 5,3% não apresentaram resposta. Já o índice de intenção de investimento do empresário industrial ficou praticamente estável na passagem de setembro para outubro, com o indicador marcando 53,6 pontos. "Até agora, em 2017, o resultado médio acumulado é 11,5 pontos maior que o de 2016. Por fim, o índice varia de 0 a 100 pontos, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir", exemplificou o economista.

 

ICEI

Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 60 pontos, indicando estabilidade em relação a setembro. "Todos os componentes do indicador de expectativas permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando que para os próximos seis meses devem ocorrer melhoras na economia brasileira, sul-mato-grossense e, principalmente, no desempenho da própria empresa", reforçou Ezequiel Resende.

 

Em outubro, 27,4% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 25% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 17,9% dos empresários. Além disso, para 44% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 50% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 45,2%. Por fim, para 20,2% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram.

 

Já em relação à economia estadual esse percentual também chegou a 16,7% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 26,2%. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das atuais condições da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 8,3%, 8,3% e 10,7%, respectivamente. Com relação às expectativas para os próximos seis meses, em outubro, 10,7% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira.

 

Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 9,6% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 7,2% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 46,4%, sendo que em relação à economia do estado esse percentual alcançou 45,2% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 31,0%. Por fim, 39,3% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar.

 

Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 41,7% e, no caso da própria empresa, 57,1% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 3,6%, 3,6% e 4,8%, respectivamente.

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