As perspectivas econômicas globais melhoraram em relação a alguns meses atrás, uma vez que o choque inflacionário diminuiu, mas o aumento das taxas de juros manterá os riscos elevados, disse a OCDE nesta sexta-feira, elevando suas previsões de crescimento para as principais economias.

Após uma expansão de 3,2% no ano passado, a economia mundial está a caminho de avançar 2,6% este ano à medida que o aperto monetária de bancos centrais fazem efeito, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico em seu relatório sobre perspectivas econômicas.

A organização com sede em Paris melhorou a previsão de crescimento global depois de ter calculado uma taxa de 2,2% em novembro, citando um declínio nos preços de energia e alimentos e a flexibilização da China em suas restrições contra a Covid.

Olhando para o próximo ano, o crescimento global deve acelerar para 2,9% - em comparação com uma previsão de novembro de 2,7% - à medida que o impacto na renda familiar dos altos preços da energia desaparece.

No entanto, para o Brasil a OCDE piorou suas estimativas a uma expansão de 1,0% em 2023 e 1,1% em 2024, respectivamente de 1,2% e 1,4% antes.

A organização prevê que a inflação no Grupo das 20 principais economias cairá de 8,1% no ano passado para 5,9% este ano e para 4,5% em 2024 - ainda bem acima das metas, apesar dos aumentos nas taxas de juros de muitos bancos centrais.

A OCDE disse que o impacto total das taxas de juros mais altas é difícil de avaliar, alertando que o aumento do estresse para os tomadores de empréstimos pode se traduzir em perdas para alguns bancos, citando o recente colapso do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos como exemplo.

Deixando de lado a turbulência nos mercados financeiros após a quebra do SVB e as contínuas preocupações com o credor suíço Credit Suisse, o Banco Central Europeu elevou as taxas de juros em mais 0,5 ponto percentual na quinta-feira para combater a inflação.

A OCDE projetou que as taxas de juros atingirão um pico de 5,25%-5,5% nos Estados Unidos e 4,25% na zona do euro e no Reino Unido, com um declínio na inflação possivelmente permitindo uma flexibilização "leve" no próximo ano.

A OCDE projetou que o crescimento econômico dos EUA diminuirá de 1,5% este ano para 0,9% no ano que vem, à medida que a taxa de juros mais alta esfria demanda. Com o mercado de trabalho dos EUA se comportando melhor do que o esperado, a projeção para este ano melhorou ante 0,5% visto em dezembro, mas piorou para 2024 uma vez que antes o cálculo era de alta de 1,0%.

Impulsionada pelo relaxamento das medidas contra a Covid, a economia chinesa deve crescer 5,3% este ano e 4,9% em 2024, acima das previsões de novembro de 4,6% e 4,1%, respectivamente.

As perspectivas para a zona do euro também melhoraram graças a uma queda nos preços da energia, com o bloco de 20 nações esperando um crescimento de 0,8% neste ano, seguido de 1,5% em 2024. A OCDE havia previsto anteriormente um crescimento de 0,5% e 1,4%, respectivamente .

(Reportagem de Leigh Thomas)

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