Embalagens que amadurecem com as frutas, snacks altamente nutritivos feitos de alimentos desprezados e um hidrogel que otimiza o uso de água e fertilizantes na agricultura são exemplos de produtos que estão chegando ao mercado consumidor feitos com nanotecnologia. A parceria entre o agronegócio e a produção tecnológica tem colocado o Brasil a frente dos estudos e seis empresas assinaram contratos de desenvolvimento e duas delas pretendem lançar novidades pela Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio (AgroNano).

 

A sócia da Siena Idea, Ana Elisa Siena, explica que está sendo criado um adesivo colocados em frutas que medem a concentração de gás etileno, emitido em maior ou menor intensidade por caquis, peras e bananas, dependendo de sua maturação, e mudam de cor conforme a qualidade das frutas. De acordo com ela, enquanto o adesivo colado numa fruta estiver roxo, ele estará indicando que ela ainda não está madura. Conforme for mudando para um tom mais acinzentado está boa para o consumo e, totalmente cinza, apodrecida. “Estamos trabalhando neste momento na escala de cores”, disse.

 

O pesquisador da Embrapa Experimentação e coordenador da Rede AgroNano, Caue Ribeiro, diz que a influência do local, temperatura e o próprio ar podem determinar a melhoria dos alimentos. “Trabalhamos com materiais que têm sensores e propriedades que mudam de acordo com os estímulos que recebem do meio ambiente”, ressaltou.

 

De acordo com a Embrapa, a partir de 2018, deverá chegar ao mercado o primeiro produto que usará os filmes biodegradáveis feitos de alimentos, desenvolvidos pela empresa. São nanobiosnacks de frutas, muitas vezes desprezadas pelo varejo ou pela indústria por terem imperfeições e com valor nutricional potencializado com nanonutrientes.

 

Com grande potencial de múltiplos usos, os filmes biodegradáveis ainda estão no começo de sua exploração. Originalmente, a Embrapa acreditava que eles poderiam interessar à indústria de embalagens, por serem totalmente consumíveis e 100% biodegradáveis. “Nosso maior desafio, depois que a pesquisa é feita, é encontrar empresas interessadas em continuar a desenvolver soluções comerciais para a matéria-prima resultante das pesquisas”, afirma Ribeiro.

 

Com informações do jornal O Estado de São Paulo

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