A suspensão das importações de carne do Brasil pelos EUA pode estar perto do fim. De acordo com o CEO do Minerva Foods, Fernando Galetti de Queiroz, a expectativa é que os americanos retomem as compras de carne bovina in natura brasileira até o fim do primeiro trimestre de 2018.

 

"O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos atualizou de que todos os esclarecimentos já foram devidamente prestados. Acredito que não há mais motivos para manter a suspensão e até março as exportações devem ser retomadas", disse Queiroz durante o Minerva Day, realizado nesta terça-feira, 28 de novembro, em São Paulo, SP.

 

Em relação ao embargo russo, Queiroz disse que o status segue inalterado, mas que o Mapa continua negociando com as autoridades locais para a retomada das exportações.

 

Nas projeções para 2018, o executivo ressaltou que o cenário é de alta na demanda por carnes tanto no mercado externo como no interno. "Todas as projeções apontam para um aumento no consumo mundial de carne bovina e as exportações globais devem crescer 3,2% em 2018, puxadas, principalmente, pela Ásia, Oriente Médio e Norte da África.  Grande parte dessa demanda será atendida pelo Brasil e América Latina" destacou.

 

Entre os demais países da América do Sul, Queiroz citou a Argentina como peça fundamental para essa eventual alta nos embarques. Segundo ele, após anos em recessão, o país resolveu os seus problemas político-econômicos e deve elevar suas exportações de carne bovina em torno de 25% no próximo ano, principalmente com a possibilidade de abertura do mercado americano.

 

Apesar do aumento na demanda, o executivo descartou a reabertura de plantas do Minerva fechadas no Mercosul. No Brasil, são três plantas fechadas e oito ativas. Já na Argentina são três unidades fechadas e duas funcionando. "Não temos objetivo de reabrir nenhuma unidade em um curto prazo. Nossa configuração atual é suficiente para atender todos os mercados compradores", explicou.

 

Em agosto de 2017, o Minerva adquiriu nove unidades do JBS, na Argentina (5), Paraguai (3) e Uruguai (1), elevando a capacidade de abates diários em 52%, saltando de 17.330 cabeças para 26.380 cabeças. Atualmente as operações estão 45% focadas no Brasil; 21% no Paraguai; 19% na Argentina; 12% no Uruguai; e 3% na Colômbia. A empresa estima ser dona de 7 a 8% do comércio mundial de carne.

 

"Mercados abrem e fecham, mas, com essa nova estrutura, temos a flexibilidade de suprir qualquer embargo ou suspensão que venha a acontecer. É um momento único para a empresa", concluiu Queiroz. 

 

Assessoria

0 Comentários

Deixar um comentário

Não se preocupe! Seu email não sera publicado. Campos obrigatórios estão marcados com (*).