Fator Argentina, demanda do mercado externo e investimentos em tecnologia fazem com que as previsões para as safras 2017/2018 de soja e algodão do Brasil sejam positivas. A preocupação fica por conta da safra do milho. Estas são as considerações feitas pelo CEO da Agroconsult, André Pessôa, durante o 7º Encontro de Previsão da Safra Anec/Anea, realizado nesta quinta-feira, 1, em Cuiabá, MT. “Há uma previsão de redução da safra de soja na Argentina e isso eleva a procura pela soja brasileira”, disse Pessôa referindo-se ao primeiro fator.

 

Paralelo a isso, a produção brasileira deve manter-se nos mesmos patamares do ciclo 2016/2017, com uma tendência leve de crescimento. “Pelos dados previamente coletados no Rally da Safra [evento promovido pela Agroconsult], o país deve chegar a 117,5 milhões de toneladas da oleaginosa. 32 milhões apenas em Mato Grosso – no Estado, a produtividade media deve chegar a 56 sacas por hectare, contra as 55,5 da safra passada”. 

 

Já a preocupação com a safra de milho se deve ao atraso na colheita da soja. “As chuvas tardias atrasaram o plantio do milho e nem todos os produtores conseguiram colocá-lo na janela ideal. E o milho plantado a partir de março corre mais riscos de sofrer com falta de chuvas”, falou Pessoa. Com isso, o produtor pisa no freio e investe menos em insumos e nível tecnológico, o que aponta para uma produtividade menor. “Mas no ano passado, a produção foi recorde”, pondera o CEO da Agroconsult.

 

Para o algodão, a previsão é de recorde no Estado de Mato Grosso, mas não no Brasil. “O país já plantou 1, 450 milhão de tonelada na safra de 2010/2011 – quando bateu o recorde – e este ano deve plantar 1,330 milhão de tonelada. Percebemos um crescimento da recuperação na área de algodão devido à rentabilidade”, afirma Pessôa ao apontar bons preços conquistados no mercado internacional.

 

“Os produtores mudaram pacotes de tecnologia e houve um crescimento de 20% da safra 2016/2017 na comparação com a anterior. Já para a safra 2017/2018, o cenário positivo deve permanecer, boa parte do que está sendo plantado agora já foi vendido a bons preços. E se a produtividade se repetir, haverá novo impulso para ampliar a área. Se a tendência continuar, em dois ou três anos repetiremos a safra recorde de 2010/2011”, pontua.

 

7º Encontro - O evento, uma parceria entre a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), foi realizado pela primeira vez em Mato Grosso. Cerca de 300 pessoas, entre produtores, autoridades, representantes de entidades ligadas ao agronegócio e universitários, prestigiaram o evento.

 

A Anec prevê que das 117,5 milhões de toneladas de soja colhidas este ano, certa de 70 milhões de toneladas sejam exportadas. A opinião foi compartilhada pelo presidente da ANEA, Henrique Snitcovski, que está otimista com a previsão da safra do algodão e a participação mato-grossense na produção nacional. “Na nossa visão, o ano será bom para a exportação. A safra 2017 foi de 1,6 milhão de tonelada e exportou 50% dessa produção. Para de 2018, esta estimativa é de 1,8 milhão e a exportação deve atingir pelo menos 50% da safra”, acredita.

 

Assessoria

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