Acrissul aconselha pecuarista a segurar boi no pasto para frear queda da arroba
Sem outra saída viável para frear o viés de baixa da arroba
do boi gordo, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) vem
aconselhando os pecuaristas a segurarem
o boi no pasto para reduzir e controlar o excesso de oferta de gado gordo para
os frigoríficos. Em franco declínio, o valor da arroba do boi gordo em MS, que no início do ano estava
na casa dos R$ 260,00, fecha o mês de maio deste ano na casa dos R$ 230,00,
dependendo da região, uma queda em torno de 12%. Segundo informações da S&P
Global Commodity Insights divulgadas pelo portal DBO, houve quedas em regiões
pecuárias de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia,
Rio Grande do Sul, Pará, Tocantins e Maranhão. A indústria, por sua vez,
reclama do baixo consumo interno e
também do enfraquecimento dos embarques externos.
Para o presidente da Acrissul, o pecuarista Guilherme
Bumlai, ao mesmo tempo em que ocorre esta queda no preço da arroba do boi gordo
nos frigoríficos, percebe-se também que ao longo da cadeia produtiva da carne,
os mercados atacadista e varejista não estão repassando a redução na carne
vendida ao consumidor. “Na ponta final, a dona de casa não está sentindo essa
queda”, avalia. Além disso, pondera o ruralista, se o varejo não segue a
tendência e abaixa o preço, acaba freando o consumo, levando a um interminável
círculo vicioso.
Comportamento da cadeia
O consultor de mercado Hibervylle Neto, em entrevista para o portal da Acrissul, explica que atualmente as margens da indústria estão “bem interessantes” pensando na relação carcaça x boi. O varejo, avalia ele, quando o atacado cede, se aproveita mais das margens de variação da arroba do boi gordo. “O atacado trabalha ali naquela margem da oferta e demanda e o varejo geralmente precifica a carne no máximo possível até onde ele consegue escoar a produção, vai até onde a dona de casa consegue pagar”.
Da Redação
0 Comentários