Durante o lançamento da campanha de combate a febre aftosa, lançada na manhã desta terça-feira (2), no parque do Peão, em Campo Grande, autoridades locais destacaram que há uma ação promovida pelo governo federal para que os produtores de gado possam encerrar a vacinação anual contra a febre aftosa e incluir o país em uma lista de criadores sem a doença e sem a vacinação. O procedimento prevê que nos próximos 10 anos o Brasil não precise mais vacinar o rebanho e permaneça sem focos da doença, entretanto esse processo pode ser adiantado e ser implantado nos próximos cinco anos. Há estados que estão a mais de 20 anos sem registrar qualquer enfermidade e desde 2006 o Mato Grosso do Sul não possui casos de aftosa.

 

O governador do Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja acredita que ainda não é o momento para comemorar qualquer alteração no processo, já que o estado faz fronteira com outros países e é preciso unir forças para atender a todos os públicos. “Acho que nesse tempo vamos preparar o MS e as questões sanitárias para que tenhamos uma total segurança de que sem a vacinação, vamos manter o status de um estado sem a febre aftosa”, ressaltou.

 

Apesar do otimismo com a retirada da vacina, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, destaca que a participação do produtor é fundamental para manter os índices e garantir subsídios para que o processo possa avançar.

 

“Neste momento temos que vacinar 100% do rebanho para ter a possibilidade de discutir a retirada da vacinação e o Brasil ser livre, em todas as suas regiões, da doença. Esse é o grande passo”, disse.

 

O superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em Mato Grosso do Sul Celso Martins ressaltou que é preciso começar a se pensar na mudança, mas sem pressa para que o processo ocorra no tempo certo. “Estamos hoje em um outro grande momento histórico dentro do combate de febre aftosa que é iniciar essa campanha sem ufanismo, sem nenhuma assorbamento, e uma revisão dos conceitos e das metodologias de defesa que hoje praticamos visando o próximo momento que é o MS livre de febre aftosa sem vacinação. Nó temos todos os instrumentos para galgar o novo passo”, ressaltou.

 

Representando a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Marcio Fernandes relembrou que a economia do estado é pautada na produção do campo e manter a qualidade dos produtos é fundamental para o desenvolvimento de toda a população. “A participação do Governo do Estado nessa campanha é primordial, porque produtores rurais ou não, sabemos o prejuízo que isso traz para a economia do estado que é muito pautada em cima da agropecuária. Temos dado exemplo na questão sanitária quando atingimos uma meta de 99% de vacinação no ano passado. Com o incentivo do governo do estado em fazer esse gesto e com a participação maciça dos produtores rurais, que entendem a importância da vacinação, que nós repetiremos os índices do ano passado vacinando mais de 99% do nosso rebanho”, disse.

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