Aconteceu o Lançamento Oficial do Plantio da Soja, na Famasul. A Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS) apresentou a previsão para este ciclo 2024/2025. De acordo com os dados, a expectativa é que a área destinada ao cultivo da oleaginosa atinja 4,5 milhões de hectares, um aumento de 6,8%, em comparação à safra de 2023/2024, quando foram destinados 4,2 milhões de hectares no Estado. Com relação à produtividade, a expectativa é de 51,7 sc/ha, avanço de 5,9% em comparação ao ciclo anterior.

Na avaliação do secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) Rogério Beretta, os produtores terão que ser mais resilientes e profissionais neste ano por causa das condições climáticas adversas.

Segundo Beretta, os produtores já enfrentaram adversidades e superaram os obstáculos. “Nós temos a certeza de que a resiliência dos produtores, fará com que eles continuem a superar as dificuldades e cresçam em produção no Estado”, ressaltou.

As condições climáticas adversas, com menor volume de chuvas, aumento no endividamento dos produtores, e preços ruins no mercado, podem reduzir esta projeção de crescimento. É que normalmente entre os meses de setembro e abril, Mato Grosso do Sul geralmente enfrenta sua estação chuvosa, mas a presença do fenômeno La Niña torna o volume de chuva incerto na região Centro-Oeste do Brasil. Atualmente, Mato Grosso do Sul está sob influência de um La Niña de intensidade fraca a moderada.

Além disso, Beretta lembra que Mato Grosso do Sul está mudando sua base produtiva e investindo cada vez mais na diversificação de culturas. “Nós saímos do boi, fomos para a cana, a soja e o milho com produções elevadas. Agora temos a chegada forte do eucalipto com o anúncio de mais uma fábrica de celulose, que é a Bracell em Água Clara. Além disso, temos a chegada do amendoim e da laranja também num ritmo muito forte. Ambos as culturas que o Estado não tinha até o ano passado e hoje existe a sinalização de grandes investimentos. De mais de 20 mil hectares plantados, tanto de amendoim, quanto de projetos de laranja”, acrescentou.

Para Beretta, os projetos consolidam a diversificação de culturas no Estado. “Estamos diversificando, mas entendemos que em dados momentos, teremos dificuldades em um setor ou em outro, mas a resiliência do produtor rural fará com que tenhamos sucesso ao longo do ano. Isso vai exigir profissionalismo, tecnologia e apoio das associações produtoras que é fundamental”, enfatizou.

Abaixo do esperado

Na avaliação do presidente da Aprosoja, Jorge Michelc, a projeção de safra pode ficar abaixo do esperado. “Teremos muitos desafios pela frente, entre eles o clima e a organização financeira dos produtores rurais, que amargam perdas significativas nas safras anteriores”, pondera.

De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, “as últimas duas safras foram desafiadoras para os produtores rurais devido às condições climáticas (precipitação e temperatura) que impactaram significativamente no potencial produtivo. O cultivo de soja e milho no estado de Mato Grosso do Sul está se tornando cada vez mais desafiador, e o cenário atual não é para amadores”, conclui.

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