O governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja destacou, no último domingo (19), durante inauguração de obras em Guia Lopes da Laguna, no sudoeste do estado, que a operação realizada pela Polícia Federal, deflagrada na sexta-feira (17), denominada Carne Fraca e que resultou na depreciação de toda a carne brasileira, foi mais um grande show dos órgãos de investigação.

 

Cumprindo 309 mandados judiciais em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás, a ação encontrou irregularidades nos frigoríficos da JBS, dona da Seara e Big Frango, e da BRF, responsável pelas marcas Sadia e Perdigão.

 

“Não se trata de defender os maus funcionários e empresários corruptos, que devem ser punidos com rigor. O que nos causa preocupação é por que essa pirotecnia, desqualificando toda a carne brasileira", disse Azambuja.

 

O governador destacou ainda que irregularidades pontuais não refletem na totalidade do mercado e da qualidade da carne brasileira. "Há 5 mil frigoríficos em todo o País e se há uma investigação há dois anos os culpados já deveriam estar presos. É um erro da investigação em passar a impressão que todos os frigoríficos agem de má fé", ressaltou.

 

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Blairo Maggi reforçou que o serviço de inspeção no Brasil é rigoroso e cumpre todas as normas nacionais e internacionais. Ele ainda garantiu que os frigoríficos que subornavam os funcionários do Ministério para que aplicassem os certificados sem a fiscalização necessária foram interditados e abriu uma busca para saber se ainda há lotes da carne contaminada no mercado brasileiro.

 

A ação da Polícia Federal encontrou fiscais certificando carnes vencidas, maquiadas com ácido ascórbico e reembaladas para venda. Após o cumprimento dos mandados judiciais, técnicos das Secretarias de Defesa Agropecuária e de Relações Internacionais se reuniram para analisar a decisão judicial que autorizou a operação e buscar saber mais detalhes sobre a emissão dos Selos de Inspeção Federal (SIFs) com o objetivo de identificar para onde foi enviada a carne, se ficou no mercado interno ou se foram exportadas, com as irregularidades.

 

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) Jonathan Barbosa está preocupado com as consequências da operação e destacou que os impactos podem ser negativos para o mercado sul-mato-grossense.

 

"A JBS cresceu tanto que tem quase o domínio absoluto da carne, não só bovina, mas também suína e de frango. Se tiverem que fechar, por exemplo, até o agronegócio afunda. Uma coisa depende da outra", explica Barbosa.

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