Nota à Bancada do Progressistas na Câmara dos Deputados
Prezados Deputados e Deputadas do Progressistas,
Venho aqui transmitir a vocês o meu profundo sentimento de
traição desse Governo atual.
Não traição com o Progressistas. Mesmo porque o
Progressistas não deve e nem pede
fidelidade a este Governo do PT. Mas traição com o Brasil.
Desde o início do ano o Progressistas
tem contribuído para o sucesso do Brasil, seja no apoio a
projetos de interesses nacionais, seja
na defesa da população. Entendemos, nos esforçamos, discutimos
e participamos dos grandes
projetos de interesse do País. Especialmente na pauta
econômica garantimos a aprovação da
proposta desse Governo no novo Marco Fiscal, apesar da
ausência do controle mais rígido do
endividamento público. É importante lembrar o envolvimento
do Progressistas nesse
processo, seja pelo Relator em suas diversas reuniões com a
equipe econômica, seja com pelo
Presidente da Câmara, nos encontros com o Ministro da
Fazenda e com o Presidente da
República. Mais recentemente o Progressistas também se
envolveu diretamente com a
reforma tributária, novamente na figura do Relator e do
Presidente da Câmara. O ponto em
comum é que nenhuma das duas importantes medidas para o País
não teriam sido aprovadas
como foram sem o apoio do Progressistas!
Porém, esse Governo escolhe os caminhos mais tortuosos
possíveis na administração fiscal do
País. Tanto a Câmara quanto o Senado acreditaram na
seriedade fiscal apresentada pelo
Governo quando da tramitação do novo Marco Fiscal. Alertamos
para os diversos riscos do
modelo apresentado, tendo em vista sua base sedimentada na
busca por novas receitas e não
pelo conjunto de receitas e corte nas despesas. Mesmo assim,
o novo guia fiscal do Brasil foi
aprovado.
Pois bem, depois de apenas dois meses da promulgação da Lei
do Marco Fiscal, o Presidente
da República vem a público para desacreditá-lo. Sem sequer
tratar do tema com o Congresso.
Esse mesmo marco foi aprovado com cláusula específica que
passa a descriminalizar o
descumprimento da meta fiscal, seja pelo Presidente ou por
qualquer outro agente público.
Porém, essa faculdade não se configura, em nenhuma hipótese
num cheque em branco para
que o Executivo descumpra a meta fiscal da forma como queira.
Isso significa subverter a
disposição legal e não ter o mínimo de responsabilidade
fiscal. Além de ser um péssimo
exemplo para os Governantes locais.
Não é demais ressaltar que na proposta original do Governo
não havia qualquer Ɵpo de
providência a ser tomada no descumprimento da meta fiscal, a
redação foi aperfeiçoada e
tornada mais crível e responsável no Parlamento.
Como se não bastasse somente o Presidente da República, o
Ministro da Fazenda, que outrora
criticava ferozmente o teto de gastos e se apresentava como o
fiel da balança do ponto de vista
fiscal, agora se esquiva de repetir o compromisso que fez
durante a aprovação do Novo Marco
Fiscal. Não cumprir a meta fiscal, que o próprio Governo
propôs, além de desrespeitar as duas
Casas Legislativas que discutiram e aprovaram o marco fiscal,
é também colocar em dúvida a
condução da política fiscal do País. Isso é muito grave!
Lembro que o estabelecimento da meta fiscal para 2024 está
contida no projeto de lei de
diretrizes orçamentárias para 2024, que sequer foi apreciado
no Congresso Nacional. Mesmo
assim, o Executivo entende ser necessário a alteração da
meta, porém, escolhe a imprensa
para comunicar o tema ao Congresso? É isso mesmo? É esse tipo
de tratamento que deve ser
dado ao Congresso?
Como disse, prezados e prezadas, não posso deixar de
compartilhar minha indignação e
completa traição à população no discurso do Governo, quando
necessita do apoio do
Congresso, e quando “acha” que não precisa mais.
Senador Ciro Nogueira
Presidente do Progressistas
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