Líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal. O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de destruir provas contra ele e prejudicar as investigações. Também foram detidas outras três pessoas: o chefe do gabinete, o advogado do senador e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que também estariam envolvidos nas irregularidades.



A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois de o Ministério Público Federal apresentar evidências de que o parlamentar estaria tentando atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. 



Delcídio havia sido citado por um dos delatores da Lava-Jato, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ele foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde, na terça-feira, a PF prendeu o empresário José Carlos Bumlai.



Delcídio havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de colaboração com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.



É a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição Federal só permite a prisão de parlamentar em flagrante. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente.

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