O Mato Grosso do Sul começou 2024 com superávit em sua balança comercial, segundo números da Carta de Conjuntura do Setor Externo divulgada nesta semana pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Com quase US$ 1,32 bilhão de exportações em janeiro e fevereiro, o saldo positivo é de quase US$ 837 milhões.

Segundo esse relatório, o Estado teve um aumento de 25% nas vendas ao exterior em relação aos dois primeiros meses do ano passado, quando as exportações somaram US$ 1,05 bilhão. Ao mesmo tempo, houve redução de 10,5% no valor das importações: foram quase US$ 540 milhões no primeiro bimestre de 2023 e no mesmo período desse ano caíram para US$ 482 bilhões.

Com esse resultado – mais exportações e menos importações – o Estado registrou um superávit muito superior (62,1%) ao apurado no primeiro bimestre de 2023. O superávit é a diferença entre tudo que é vendido ao exterior (exportação) do valor de todos como mercadorias adquiridas no exterior (importação). Se esse valor for positivo – ou seja, as vendas foram maiores que as compras, houve superávit. Mas se o valor das compras superarem o das vendas, ocorre déficit.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, analisou os números da balança comercial desse primeiro bimestre e destacou alguns pontos que são importantes.

"A primeira notícia positiva dada a importância em relação ao desenvolvimento do PIB, da geração de riquezas, é que as exportações para tais tiveram um acréscimo de 25% em relação ao acumulado nos dois primeiros meses do ano passado. Isso é extremamente importante. Do lado das mesmas, uma situação de redução de 10% decorrente, principalmente, porque não aumentamos o volume de gás natural importado em função da disponibilidade de oferta pelo lado boliviano".

Celulose Lidera

A celulose é o produto com maior volume (668.466 ton) e valor apurado nas exportações: US$ 290.854.055. Em segundo lugar no valor faturado aparece a soja (US$ 253.443.714) e no volume, o minério de ferro (665.446 ton). A carne bovina manteve a terceira colocação na tabela de valor das exportações (US$ 172.065.903) e nenhum volume aparece a soja (650.645 ton).

A China se mantém isolada na primeira colocação dos principais parceiros comerciais de Mato Grosso do Sul e ampliou sua fatia no mercado das exportações, de 26,96% no primeiro bimestre de 2023 para 38,66% no mesmo período desse ano.

Em segundo lugar aparecem os Estados Unidos (7,36%), seguidos da Holanda (5,41%), Indonésia (4,52%), Emirados Árabes (3,18%), Índia (2,92%), Itália (2,83%), Coreia do Sul (2,49%), Japão (2,33%) e Uruguai (2,06%) completam a lista dos 10 principais parceiros comerciais do Estado. Com exceção da Coreia do Sul e do Japão, todos os demais ampliaram os valores das compras de produtos do Estado nesse ano, em relação ao primeiro bimestre do ano passado.

As principais portas de saída dos produtos sul-mato-grossenses continuam sendo os portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), com 40,46% e 28,61% do volume total, respectivamente. A novidade é o aumento expressivo da participação do porto de São Francisco do Sul (SC), que passou de 12,62% no primeiro bimestre de 2023 para 18,82% em janeiro e fevereiro desse ano.

Os principais produtos embarcados foram milho e soja. Isso pode ser reflexo da supersafra de 2023, considerando que a região Sul – onde o porto está localizado – é grande produtora agrícola.

O secretário Jaime Verruck também chama a atenção para outro movimento que pode explicar a dinâmica do embarque das exportações brasileiras.

"O Porto de Paranaguá é muito focado no embarque da soja, enquanto o de Santos está voltado para a celulose. Esperamos ter um aumento significativo na exportação de celulose por Santos (SP), devido aos novos investimentos que estão sendo feitos nessa cadeia e também porque as empresas estão construindo terminais próprios para embarcar seus produtos", ponderou. 

Rogério Vidmantas

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