Mercado do boi gordo segue lento nesta semana
O mercado físico do boi gordo abriu a semana mantendo a especulação baixista das últimas semanas, mas os preços da arroba ficaram estáveis na maioria das praças brasileiras, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Na visão da engenheira agrônoma Jéssica Olivier, analista de mercado da Scot Consultoria, após o movimento de forte baixa nos preços do boi gordo, o mercado começa a dar indícios de maior acomodação.
“Em diversas praças pecuárias, há relatos de pecuaristas diminuindo a oferta de gado e/ou as indústrias aumentando as ofertas de compra”, observa Jéssica.
De acordo com apuração da analista da Scot, em Minas Gerais (Belo Horizonte e Norte do Estado), no Pará (região de Redenção), Sudeste de Rondônia e no Espírito Santo ocorreram altas nas cotações de pelo menos uma das categorias para abate na última quarta-feira (7/6), véspera do ferido de Corpus Christi.
Na última sexta-feira (9/6), continua Jéssica, em Marabá (PA) e Dourados (MS), as indústrias locais também abriram o dia ofertando mais pela arroba do boi gordo.
Nesta segunda-feira, de acordo com a Scot, os preços do boi gordo e demais categorias de abate ficaram estáveis no Estado de São Paulo.
“No mercado paulista, as escalas de abate estão confortáveis e os compradores praticamente nada negociaram”, ressalta a Scot.
Com isso, o boi “comum” (direcionado ao mercado interno) e do “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) seguem valendo R$ 240/@ (portanto, sem ágio para animal padrão-exportação), enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 215/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo).
Segundo dados levantados pela S&P Global Commodity Insights, algumas indústrias brasileiras operam com escalas de abate que se estendem para além do dia 20 de junho.
Dessa maneira, muitos compradores preferem trabalhar em ritmo de cautela, de olho no escoamento da produção de carne bovina, sobretudo no mercado interno, setor que ainda não decolou, apesar dos preços da proteína em queda.
Segundo a analista da Scot, nos últimos tempos, o mercado atacadista de carne bovina sem osso tem registrado margens bastante altas.
“A média da margem do ‘Equivalente Scot Desossa’ bateu 25% na última sexta-feira (9/6), ante uma 10% nos últimos três anos (2021-2023)”, compara Jéssica.
O “Equivalente Scot Desossa” considera a margem sobre o preço pago pela arroba do boi frente à venda da carne desossada no atacado, além do couro, sebo, miúdos e derivados.
Essa melhoria nas margens dos frigoríficos é reflexo da maior intensidade de queda nos preços do boi gordo, ante o movimento mais ameno de baixa verificado nas cotações da carne desossada, justifica a analista.
Ainda em relação ao atacado e/ou varejo, os preços dos principais cortes bovinos estão mais acomodados depois dos recuos das últimas semanas, informa a S&P Global Commodity Insights.
“O preço da carne de frango voltou a subir e isso serviu para trazer maior competitividade à carnes bovina”, relata a consultoria.
No entanto, continua a S&P Global, muitas indústrias continuam à espera de uma recuperação mais consistente do consumo interno, enquanto buscam alavancar as vendas de carne bovina ao exterior, sobretudo à China, o maior cliente mundial da proteína brasileira.
Cotações máximas de machos e fêmeas na última segunda-feira, 12/6
(Fonte: S&P Global)
SP-Noroeste:
boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 217/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 227/@ (à vista)
vaca a R$ 205/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 229/@ (prazo)
vaca a R$ 207/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 212/@ (prazo)
vaca a R$ 182/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 210/@ (à vista)
vaca a R$ 180/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 210/@ (à vista)
vaca a R$ 182/@ (à vista)
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