Além de não cumprir com os investimentos nas unidades de Campo Grande e Ponta Porã, a JBS, maior corporação de proteína animal do mundo e que está sendo investigada pelo governo federal, o advogado que está atendendo a empresa informou aos deputados estaduais que fazem parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Irregularidades Fiscais e Tributárias do Estado de Mato Grosso do Sul que também não cumpriram o que foi pactuado no 2º Termo de Ajustamento de Regime Especial (TARE).

 

De acordo com os parlamentares, foram analisadas 21 mil notas e 35% contêm inconsistências. Os deputados também estão constituindo provas na saída de ‘boi em pé’ do Estado. A JBS possui oito frigoríficos no Mato Grosso do Sul, a maior quantidade no país.

 

“Se for provado que esses oito frigoríficos não fizeram investimentos, já que a JBS informou ontem que a unidade de Cassilândia também não cumpriu o acordo, juntados ao que há de inconsistências no segundo TARE, nós podemos constituir em crédito o recurso que foi pego do Estado”, disse o deputado estadual e presidente da CPI, Paulo Corrêa.

 

A Comissão aprovou a visitação in loco dos parlamentares nas unidades existentes no estado para comprovação se os investimentos haviam sido feitos, mas como a afirmação da empresa de que os acordos não haviam sido cumpridos nas três primeiras empresas que receberiam os deputados, é preciso analisar cuidadosamente todos os indícios de irregularidades para que os recursos que a empresa recebeu de incentivo possa ser recuperado pelo Estado.

 

“Temos que concluir os trabalhos fazendo o levantamento das irregularidades nas notas fiscais que foram geradas e verificar também até que ponto a empresa deixou de cumprir alguns dos itens acordados nos TAREs. Nós precisamos concluir esse trabalho até o final para ter elementos concretos para, ao final dos trabalhos da CPI, apresentarmos um valor para o governo do Estado tomar as providências no sentido de exigir que a empresa faça o ressarcimento aos cofres”, disse o deputado Pedro Kemp.

 

A solicitação da comissão de ter uma reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda não obteve uma resposta. Corrêa destaca que é importante alinhar as investigações porque há um acordo de leniência que está sendo feito entre a empresa e o governo federal.

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