Homeopatia para animais cresce mais de 130% no Mato Grosso do Sul
A utilização de medicamentos alternativos para tratamento de doenças de grandes e pequenos animais está ganhando espaço junto aos produtores e donos de animais de estimação. Com o desenvolvimento da tecnologia e pesquisas aprofundadas, a homeopatia tem mostrados resultados que estão conquistando as pessoas que desejam cuidar dos problemas dos animais e que queiram promover o bem-estar dos bichos.
Dados da Real H Nutrição e Saúde Animal de Campo Grande (MS), pioneira na utilização de tratamento homeopático em animais no país, mostram que em 2016 a empresa registrou crescimento de 92,09% na abertura de novos clientes no Brasil em comparação ao ano de 2015. A exportação dos produtos homeopáticos para o Paraguai também aumentou. O número registrado foi 146,28% maior no ano de 2016, comparado ao ano de 2015, apesar de o mercado brasileiro estar atravessando momentos de turbulência.
A homeopatia é diferente da alopatia – do uso de medicamentos com princípios ativos e químicas – porque não há contraindicação. Muitas vezes, no tratamento convencional, há restrições, principalmente, porque há fórmulas que são mais agressivas a determinado organismo. Outro ponto positivo da homeopatia é que não há metabolização, evitando efeitos colaterais. O tratamento pode ser usado em animais de companhia, animais silvestres e grandes animais como bovinos, caprinos, suínos, etc. e todos os medicamentos são cadastrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A veterinária do departamento técnico da empresa Real H, Tamara Marecos, destaca que a utilização desses medicamentos possui a vantagem de não deixar nenhum resido que pode provocar alguma reação nos animais, sendo uma vantagem para os produtores, principalmente, por não haver um período de carência para fazer o abate.
“As pessoas estão cada vez mais procurando esse tratamento, tanto na parte de grandes animais quanto na de pequenos, porque as pessoas estão mais conscientes e sabem da questão de intoxicação, de sobrecarga medicamentosa, de procurar um tratamento mais natural para seus animais”, explicou a veterinária.
Com 24 produtos homeopáticos para a saúde dos pets, 26 produtos homeopáticos para a saúde dos rebanhos e mais de 80 para a nutrição dos rebanhos (Sal mineral, núcleos, proteicos e rações), criadores e amantes dos animais podem encontrar soluções para diversos tipos de problemas. Existem medicamentos para tratar diversos tipos de problemas, como hepático, renal, artrite, artrose, fraturas, de pele, calmante natural, entre outros, que podem ser utilizados em todos os animais, sem distinção.
Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste no começo no ano de 2017 promoveu a utilização de tratamento homeopático com o objetivo de curar a diarreia nos bezerros. O produto foi misturado ao leite e enviado para teste em 37 animais, separados em três grupos. Uma parte recebeu leite comum, outra recebeu leite misturado com um tipo de minério e outro grupo foi amamentado somente com produto homeopático. O levantamento mostrou que os animais alimentados com o tratamento alternativo foi o que apresentou resultados mais satisfatórios.
“A gente teve cerca de 25% dos animais desse grupo de homeopatia sem diarreia. Nos demais grupos, todos os animais tiveram algum caso e esses resultados foram bastante surpreendentes pra gente, porque isso gerou uma economia muito grande quando se pensa no custo do produtor para o tratamento do animal”, disse a pesquisadora da Embrapa Teresa Cristina Alves.
Apesar da confiança das pessoas em usarem o tratamento homeopático estar aumentando, o ensino nas faculdades sobre a utilização de processos alternativos ainda é muito baixo. Um estudo levantando para um trabalho de dissertação de mestrado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), da Universidade de São Paulo (USP), em setembro de 2016, pela pesquisadora Clarice Vaz de Oliveira mostrou que de 99 instituições pesquisadas, apenas 20% delas tinha a matéria na grade curricular, entretanto, 19 eram optativas e, na maioria dos casos, a disciplina é estudada junto com outras matérias, não aprofundando o tema. Ela também identificou que em algumas universidades o curso existia, mas não haviam professores aptos a lecionarem o tema.
“Reconhecer algo legítimo é um exercício de alteridade. Mas existem duas coisas muito diferentes são confundidas: a empatia e a identidade. A tolerância em relação ao diferente, que é esse exercício de alteridade, não pode implicar que eu me identifique com uma determinada coisa. Porque pode ser algo totalmente diferente da minha cultura, do meu modo de ser. Entretanto, eu posso, ainda assim, ter empatia por isso, reconhecer que, apesar de ser diferente de mim, responde a outra forma de ser e a outras expectativas”, destaca Clarice.
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