O setor frigorífico de Mato Grosso enfrenta preocupações decorrentes da desvalorização do dólar, da queda nas exportações de carne bovina e do abate de fêmeas acima da média em 2023. O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Paulo Bellincata, ressalta que o atual momento é considerado delicado.

De acordo com os dados de exportações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), disponíveis na plataforma Dashboards do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado embarcou 34,56 mil toneladas em equivalente de carcaça (TEC) no mês de abril. Esse volume representa uma queda de 16,4% em relação às 41,34 mil TEC embarcadas em março. No primeiro quadrimestre de 2023, Mato Grosso exportou 166,51 mil TEC, contra 181,82 mil TEC no mesmo período em 2022. "Se levarmos em conta que as maiores empresas contam com exportações como opção de mercado, fica fácil imaginar o quanto estão perdendo as empresas menores que trabalham basicamente com o mercado interno", destaca Bellincanta.

No curto prazo, o cenário é incerto. Segundo o presidente do Sindifrigo-MT, é difícil vislumbrar um cenário mais ameno. Ele ressalta a grande preocupação em relação à necessidade de medidas que garantam a manutenção das indústrias em funcionamento. "A manutenção do pagamento dos impostos, da folha de pagamento, dos pecuaristas, dos insumos e da manutenção das fábricas tem sido um exercício árduo para os donos dos frigoríficos. Estamos cientes de que nosso parceiro pecuarista também enfrenta o drama de resultados negativos. Não se trata apenas do preço do boi, pois, se observarmos o Brasil, encontraremos enormes diferenças em estados com custos semelhantes", afirma Bellincanta. 

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