Este ano houve recordes de produção de milho e soja em Mato Grosso do Sul, com perspectivas de colheita de mais de 9 milhões e 8 milhões de toneladas, respectivamente. Essa previsão deixou os agricultores otimistas, entretanto a alta do dólar e a boa safra nos Estados Unidos, principal concorrente brasileiro na produção de grãos, está fazendo com que o preço dos produtos no Brasil fique muito abaixo do ideal.

 

Até o dia 28 de agosto, haviam sido comercializados 69% da safra de soja 2016/2017, no mesmo período da safra passada, esse percentual estava em 84%, além disso, o preço da saca da soja está com uma desvalorização de 21%. Já de janeiro a julho deste ano houve um aumento de 11% nas exportações, passando de 2,6 milhões de toneladas para 3 milhões.

 

No caso do milho, no primeiro semestre de 2017 foram comercializados 43,5% da safra colhida. Um atraso de mais de 24% em relação ao mesmo período da safra passada. As exportações deste produto também seguem em queda. No ano passado foram exportados 1,3 milhão de toneladas e, neste ano, foram somente 177 mil toneladas de milho em grão.

 

O analista de economia da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Luiz Eliezer Alves da Gama Ferreira, destaca que esses números estão bem diferentes porque no ano passado a colheita foi atípica. Segundo ele, dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, já mostram recorde de milho exportado em agosto. A perspectiva para o segundo semestre é de um avanço nas exportações de milho. A estratégia do produtor para vender os grãos é aproveitar as janelas existentes. Quando há uma alta do dólar ou no mercado internacional o agricultor vende mais um pouco.

 

“As características dessa safra são completamente diferentes da safra passada. Ano passado tínhamos um dólar em outro patamar, tivemos uma quebra da produção muito forte, em torno de 33%, isso fez com que a comercialização da safra fosse mais adiantada. Nessa safra temos uma safra cheia, com boa produtividade, e preço abaixo do mínimo”, destacou Ferreira.

 

A partir da segunda quinzena deste mês, inicia a plantação de soja no Mato Grosso do Sul e a Aprosoja/MS ainda não possui uma perspectiva de produção para a próxima safra, mas há uma previsão de preço. O analista explica que a boa produtividade dos países produtores impacta na formação dos preços, tanto no mercado internacional quanto no Brasil. “Não vamos voltar a observar preços recordes como foi na safra passada, a não ser que tenhamos problemas climáticos. Há uma informação muito recente sobre os problemas no clima e o mercado está aguardando novos relatórios sobre os problemas que possam surgir com informações de outras agências meteorológicas.

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