Com os acontecimentos relativos a pecuária sul-mato-grossense no ano de 2017, com a Operação Carne Fraca realizada em março, a denúncia dos donos da JBS em maio e a interrupção feita pela agência sanitária dos Estado Unidos da importação de carne com abscesso, o setor fica apreensivo quando acontece algo de proporções grandiosas, como foi o caso das mortes de 1.100 animais em uma Fazenda em Ribas do Rio Pardo, divulgado na última segunda-feira (7), pelo Rural News Ms.

 

Apesar do susto e do prejuízo, que pode chegar a mais de R$ 2 milhões ao produtor, a Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal (Iagro), descarta uma contaminação que pode ser contagiosa e as primeiras análises clinicas apontam que a causa da morte foi por intoxicação alimentar botulínica. Foram coletadas amostras do fígado e do rúmen dos animais mortos, da ração úmida de milho, da silagem comum, do feno e da água e levados para análise laboratorial. O resultado, de acordo com a Iagro, deve estar pronto em uma semana.

 

Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (8), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Pecuária e Agricultura Familiar (Semagro), em conjunto com a Superintendência Federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul (SFA/MS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destaca que há outras possibilidades que podem causar doenças nervosas nos animais, como intoxicações fúngicas, raiva, dentre outras.

 

O texto diz ainda que no dia 3 de agosto foram encaminhadas à Unidade Laboratorial de Raiva e Botulismo do Laboratório de Diagnósticos de Doenças Animais e Análises de Alimentos – LADDAN/IAGRO, amostras provenientes do município de Ribas do Rio Pardo para diagnóstico diferencial de raiva e botulismo. Essas amostras foram encaminhadas pelo Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com suspeita clínica de botulismo.

 

No dia seguinte, a Unidade Veterinária Local de Ribas do Rio Pardo deslocou-se até a propriedade para verificação da notificação e providências cabíveis. Aos técnicos, os funcionários informaram que existiam 1.700 bovinos em sistema de confinamento e 600 haviam morrido.

 

As informações apresentadas pela Semagro relatam que no dia 7, uma nova visita foi feita a Fazenda e identificado que mais 500 animais haviam falecido. Nos demais animais da propriedade não foram constatadas doenças infectocontagiosas. Havia lotes de bovinos e ovinos fora do confinamento, que não apresentaram nenhuma sintomatologia e ou morte.

 

Outra nota divulgada pelo proprietário da empresa Marca 7 Pecuária, Persio Ailton Tosi, dono da Fazenda Monica Cristina, em Ribas do Rio Pardo, onde ocorreram as mortes dos animais, destaca que todas providências pertinentes foram tomadas, em irrestrita obediência aqueles órgãos, enterrando os animais, em valas de 4 m de profundidade, em verdadeira operação de guerra, trabalho completado no último sábado, 5 de agosto.

 

A nota informa ainda que todos os animais da propriedade, especialmente aqueles do confinamento, já tinham sido vacinados individualmente no tronco de contenção, em obediência ao que determina o Ministério da Agricultura.

 

Ele alerta que o ocorrido é um caso isolado e que não há o que preocupar-se em termos de doença desconhecida ou qualquer epidemia.

 

A Fazenda produz 80% dos animais na categoria de novilho precoce, colaborando para produzir no Mato Grosso do Sul, a melhor carne do Brasil.

 

A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), também em nota enviada para a imprensa, informa que está em alerta sobre a situação ocorrida na Fazenda Monica Cristina, em Ribas do Rio Pardo e, tranquiliza os criadores, pois não se trata de um surto epidemiológico ou alguma doença nova, segundo os técnicos que estiveram presentes na fazenda a suspeita clínica é de botulismo, que foi fundamentada nos sintomas que os animais apresentavam quando estavam morrendo.

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