Em 2018 exportações de carne bovina devem crescer 5%
As exportações brasileiras de carne bovina devem crescer 5% em volume em 2018, afirmou nesta segunda-feira, 27, o analista sênior do Rabobank Adolfo Fontes, nos bastidores do Summit Agronegócio 2017. A perspectiva do analista leva em conta que o embargo da Rússia às carnes brasileiras seja resolvido em 60 dias. Caso isso não aconteça, as projeções precisarão ser revisadas. Além disso, ele parte do princípio de que os embarques da carne bovina in natura aos Estados Unidos também sejam retomados ainda no início de 2018. "Essa é a chave para o Brasil buscar outros mercados como México, Canadá e Japão", afirmou Fontes. Esses países que ainda não comercializam com o Brasil são responsáveis por 40% do mercado global de carne bovina.
Com as mesmas condições, ele projeta que as exportações de carnes suína e de frango avancem cerca de 3% no próximo ano. "As compras da China devem voltar a crescer depois de ajustes sofridos em 2017", disse. As compras da Coreia do Sul, de Santa Catarina, devem sustentar os embarques também. "Agora, caso a Rússia não retome as compras de carne suína brasileira até fevereiro, vamos ter muita pressão interna de preços", disse. A Rússia consome 10% da produção brasileira.
Consumo - O consumo de carnes no mundo deve crescer 45 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, estimou o analista sênior do Rabobank, Adolfo Fontes, durante o Summit Agronegócio 2017, realizado em São Paulo. Deste incremento, 10 milhões de toneladas devem ser apenas em carne bovina. Conforme Fontes, o aumento da demanda global por proteínas sustenta a importância da oferta brasileira, que tem potencial de expandir, com ganhos de produtividade.
Em relação à carne bovina, Fontes destacou que o país pode incrementar sua produção sem a necessidade de ocupar novos espaços ou mesmo desmatar, já que é possível recuperar as pastagens degradadas. "Esperamos que a produção da pecuária faça uma transformação", disse em referência à recuperação e intensificação das áreas degradadas e ao trabalho de integração lavoura-pecuária-florestas, que podem produzir ganhos de produtividade. Para o analista, sem desmatar é possível aumentar a produção de carne bovina em 2% e liberar cerca de 10 milhões de hectares para o cultivo de soja.
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