Desenvolvido desde maio do ano passado, o projeto Quintal Agroflorestal, está levando uma proposta de produção orgânica organizada, aos moradores da Área de Preservação Ambiental Baía Negra (APA/Baía Negra), na região da Codrasa, entre o rio Paraguai e a Baía do Arrozal. Com a coordenação da Embrapa Pantanal e parceria com a Prefeitura Municipal de Ladário e Agraer, além da Associação de Moradores da Codrasa, o objetivo é oferecer segurança alimentar e, posteriormente, de geração de renda para as famílias.



Uma palestra na manhã desta quarta feira, 15 de fevereiro, reuniu os principais parceiros do projeto que puderam expor as diretrizes básicas que serão adotadas para favorecer o melhoramento e desenvolvimento do Quintal Agroflorestal. “A prefeitura é parceira e vamos fazer o que for necessário para incentivar essa produção, tanto como forma de segurança alimentar, como de comercialização”, disse o prefeito Carlos Ruso, adiantando a informação de que o município irá criar dispositivos para ajudar na venda da produção.



“Trata-se de um projeto que seria desenvolvido na Fazenda Nhumirim, da Embrapa/Pantanal”, esclareceu o pesquisador Aberto Feiden. “Mas, como estamos com problemas de caixa e teríamos cerca de 350 reais para tocá-lo, resolvemos transferi-lo aqui para a APA”. Com isso, o quintal está favorecendo a pessoas de baixa renda e em um local praticamente dentro da zona urbana da cidade.



“O Quintal Agroflorestal é uma horta em degraus. A gente usa a imitação da natureza onde há plantas com diferentes alturas com a utilização do mesmo espaço”, explicou o pesquisador. Segundo ele, foi implantada uma grande variedade de espécies, utilizando uma área de 10x30 m que é o espaço que os moradores têm, por lei, para cultivar.



“Foram implantadas 32 espécies, desde culturas de uso imediato, como milho, mandioca, abóbora, e até culturas como espécies madeireiras que serão colhidas daqui a 20, 25 anos”, disse Feiden. Além das famílias envolvidas diretamente com o plantio na área, estão sendo produzidas mudas para serem distribuídas para outros moradores e para que eles possam desenvolve-las de acordo com o seu jeito, o seu estilo.



“O experimento vai fazer um ano de plantação e as espécies arbóreas estão em desenvolvimento. Nós plantamos o cumbaru, o jatobá, o manduvi, a laranjinha de pacu, goiaba, bocaiuva”, disse Cátia Urbanetz, chefe em exercício da Embrapa Pantanal. Ela esclareceu que no projeto, estão mudas de árvores madeireiras e frutíferas que poderão agregar renda aos moradores, no futuro.



A APA Baía Negra é um local de preservação, onde não se pode criar grandes empreendimentos, nem tampouco animais de grande porte. Lá, só ficaram as famílias tradicionais, certificadas pela União, através do Ministério Público Federal. Com a restrição de tipos de culturas para geração de renda, é importante que se criem projetos que possam ajudar as famílias a sobreviver, como o Quintal Agropecuário que, em princípio, já garante alimentação de boa qualidade e alto valor nutritivo. 

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