Começou Vazio Sanitário da Soja no MS, para prevenção da Ferrugem Asiática
Mato Grosso do Sul, um dos principais estados produtores de soja do Brasil, dá início ao vazio sanitário da cultura a partir desta quintata-feira, 15 de junho. Essa medida faz parte do calendário estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o controle do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da temida ferrugem-asiática da soja.
O vazio sanitário consiste em um período contínuo de 90 dias em que não é permitido manter plantas vivas de soja em uma determinada região. Essa medida tem como objetivo reduzir a população do fungo durante a entressafra, atrasando sua ocorrência durante a safra e minimizando os riscos de perdas na produção.
A pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, ressalta a importância do vazio sanitário. Segundo ela, essa estratégia contribui para diminuir a incidência da ferrugem-asiática e suas consequências devastadoras. A doença pode causar perdas de até 80% na produção, resultando em prejuízos significativos para os agricultores.
Desde a introdução da ferrugem-asiática da soja no Brasil, em 2001, a doença tem se mostrado a mais severa para a cultura. O Consórcio Antiferrugem alerta que os custos com o controle da ferrugem e de outras doenças ultrapassam US$ 2 bilhões por safra no país. O fungo tem a capacidade de se adaptar às estratégias de controle existentes, tornando o desenvolvimento de soluções práticas ainda um desafio.
A pesquisadora Claudia Godoy, também da Embrapa Soja, destaca que o manejo adequado é essencial para o controle da ferrugem-asiática. Além do vazio sanitário, as práticas recomendadas incluem o uso de cultivares de ciclo precoce, semeadura na época adequada, adoção de cultivares resistentes, respeito ao calendário de semeadura e o uso de fungicidas.
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