A instabilidade climática já sinaliza a possibilidade de redução na cultura do milho em Mato Grosso do Sul. Levantamento divulgado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) mostrou que na segunda safra do milho no período de 2023/2024, a expectativa de redução será, por exemplo, 5,8% menor em relação ao ciclo passado, de 2022/2023.
A diminuição representa 2,2 milhões de hectares plantados a menos. Os impactos do período seco ainda devem ser sentidos na produção do cereal, onde existe a estimativa de uma produção de 11,4 milhões de toneladas – uma queda de 19,2% quando comparada ao último período. A previsão também é que a produtividade seja de 86,3 sacas por hectares, o que indica uma retração de 14,2% no cenário.
“O produtor rural sofreu perdas com as lavouras de soja e agora está passando por mais um desapontamento com as previsões para a safra de milho. De fato, estamos passando por um período bastante crítico na agricultura. Para este momento, o que aconselhamos é que o produtor faça as contas e entenda o seu fluxo de caixa para conseguir honrar com seus compromissos”, orienta o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc.
Escassez de chuva
O clima desfavorável para os produtores do Estado já foi observado na segunda safra de milho de 2023/2024. As condições climáticas atingiram, segundo a Associação, uma área de 508 mil hectares em diversas regiões do Estado, incluindo o Sul, Sudoeste, Centro, Oeste, Nordeste, Sul-fronteira e Sudeste. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e maio (10 a 45 dias sem chuva).
De acordo com a Aprosoja, todas as áreas estão em fase de desenvolvimento fenológico vegetativo e reprodutivo. Nas avaliações, a região Oeste, Norte, Nordeste e Sudoeste as condições boas estão entre 71% a 82,2%. As consideras regulares entre 8,6% e 10,3%. As ruins estão entre 5% e 20,3%.
Entretanto, as regiões centro, sudeste, sul-fronteira e sul possuem condições abaixo do potencial das outras regiões, podendo-se encontrar lavouras em até 50% em condições ruins, e regulares entre 15,8% e 43,5%, e entre 27% e 57,8% em bom estado. A estiagem impactou fortemente o Sul do Estado, causando perdas significativas aos produtores. Quanto aos 40% restantes que foram plantados posteriormente, 39,8% estão no Sul, 61,6% no Centro e 7,3% no Norte. Nesta produção, o milho sofreu com quase 30 dias de seca e chuvas esparsas, enfrentando uma situação desafiadora, conforme indicam as tendências climáticas.
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