BNDES suspende nove linhas de crédito do Agronegócio
Um dia depois de reabrir os protocolos para receber pedidos de novos financiamentos agropecuários, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a suspender as linhas de nove programas de crédito rural por causa do elevado nível de comprometimento dos recursos disponíveis. Até sexta-feira, apenas Moderagro, ABC Ambiental e alguns itens do Pronaf continuavam abertos.
O aviso sobre a nova suspensão das linhas foi enviado às instituições financeiras credenciadas em 2 de fevereiro, um dia após o BNDES reabrir os protocolos de 14 programas, com R$ 2,9 bilhões.
A busca pelos recursos para investimentos dos produtores rurais por bancos e cooperativas de crédito foi intensa. Uma fonte relatou ao Valor que o saldo disponibilizado para algumas linhas durou menos de duas horas no sistema a partir da reabertura dos protocolos. Muitos programas estavam fechados há meses.
Liberação do crédito rural alcança R$ 222,8 bilhões em sete meses do atual plano safra
O montante do desembolso do crédito rural chegou a R$ 222,8 bilhões no Plano Safra 2022/23, no período de julho/2022 até janeiro/2023. Os financiamentos de custeio tiveram aplicação de R$ 136,6 bilhões. Já as contratações das linhas de investimentos totalizaram quase R$ 60 bilhões, as operações de comercialização atingiram R$ 15,6 bilhões e a industrialização, R$ 10,8 bilhões.
De acordo com a análise da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram realizados 1.234.957 contratos no período de sete meses, sendo 891,7 mil no Pronaf e 150, 6 mil no Pronamp. Os valores contratados pelos pequenos e pelos médios produtores foram, respectivamente, de R$ 36,8 bilhões no Pronaf e de R$ 36,3 bilhões no Pronamp, em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização).
Em relação às fontes de recursos do crédito rural, a
participação dos recursos obrigatórios, no total das contratações ficou perto
de R$ 53 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada atingiu R$ 49
bilhões. As duas fontes somam 46% do total dos financiamentos (R$ 102
bilhões). A demanda por recursos não
controlados somou R$ 83 bilhões, com destaque para os recursos da Letra de
Crédito do Agronegócio (LCA) com R$ 47,8 bilhões ou 21% do crédito rural.
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