Depois de um ano repleto de crises e dificuldades, o mercado do boi gordo deve encontrar um cenário bem mais estável em 2018. De acordo com a analista Lygia Pimentel, da Agrifatto, o provável aumento do consumo interno de carne bovina e a redução do desemprego devem contribuir para a sustentação do setor no próximo ano.

 

“Será um ano de ajustes entre oferta e demanda. É claro que existem riscos, mas não devemos ter tantas oscilações de preços como as vivenciadas neste ano, mesmo sendo um ciclo de baixa”, destacou a analista. Outro indicador citado pela analista é o fato de 2018 ser um ano eleitoral, quando geralmente o consumo de carne aumenta.

 

Embora as previsões para o próximo ano sejam otimistas, também existem riscos e o maior dele já poderá acontecer no primeiro trimestre. Segundo a analista, com a queda de preços e instabilidades do setor neste ano, muitos pecuaristas seguraram o gado na fazenda. Esses animais devem ir para linha de abate no próximo ano, acarretando no aumento da oferta. O movimento pode ser reforçado pelo provável aumento no abate fêmeas, em função do movimento de retenção dos últimos anos.

 

“É fundamental que o consumo reaja para equlibrar essa balança”, explicou a analista, acrescentando que se o consumo conseguir diluir os impactos desse eventual aumento de oferta, o setor tem tudo para viver um ciclo de alta já em 2019. “Se essas fêmeas represadas forem abatidas no próximo ano, haverá a falta de bezerros no ano seguinte e isso fará com que os preços voltem a subir, prevê.

 

Para os últimos meses de 2017, o cenário deve ser de estabilidade de preços. “A arroba oscilou em outubro pelo aumento da oferta de gado terminado em função dos animais vindos de confinamento. Esse cenário deve ser mitigado em meados de novembro”, explica. “Os frigoríficos enxugaram seus estoques nos últimos meses e precisam voltar às compras. Mesmo que o consumo não cresça, os preços devem permanecer nos patamares atuais”, acrescentou.

 

Em relação à suspensão das exportações de carne bovina de cinco frigoríficos pela Rússia, a analista afirma que a medida terá impacto limitado pelo fato dos países europeus diminuírem suas compras nessa época do ano em função do congelamento dos portos. “Caso surja alguma demanda, a lacuna deixada pelas unidades suspensas deve ser facilmente preenchida pelas demais plantas habilitadas”. (DBO)

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