O serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, Rosselkhoznadzor, anunciou nesta segunda-feira, 20, em nota publicada no site da instituição, que vai impor restrições temporárias à carne bovina e suína do Brasil a partir de 1º de dezembro.

 

Segundo o departamento russo, a medida se deve à detecção na carne exportada de substâncias como ractopamina e outros estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais. "Infelizmente, o Rosselkhoznadzor é forçado a afirmar que, de acordo com os estudos laboratoriais, os estimulantes de crescimento banidos foram novamente detectados nos produtos de criação de gado que chegam à Rússia do Brasil em 2017", afirma.

 

A Rússia diz ainda que, "para regular a situação e obter informações confiáveis do lado brasileiro", o Rosselkhoznadzor enviou uma proposta ao Ministério da Agricultura, no dia 16 de novembro, para conversar o mais rápido possível. "No entanto, o diálogo com o lado brasileiro não ocorreu até o presente", diz o departamento russo.

 

Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura Blairo Maggi disse que as restrições da Rússia à carne bovina e suína do Brasil se referem apenas a algumas empresas e que essas companhias devem corrigir o problema identificado. "Se alguma empresa fraudou, deixou passar ou não conseguiu controlar isso, cabe a eles fazerem essas adequações", afirmou. No site do serviço russo, porém, todas as plantas de carne bovina e suína aparecem com a faixa de restrição temporária. 

 

Segundo Maggi, o uso da substância é liberado no Brasil, mas proibido na Rússia e demais países da Europa, mas o ministério faz um controle sobre isso relativo às exportações.

 

Em nota, o Mapa disse que técnicos do técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) se comunicaram com o serviço de vigilância russo nesta terça-feira. 

 

De acordo com o Dipoa, o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para a exportação de carne para Rússia, o que impossibilitaria a detecção de ractopamina conforme informação dada pelo órgão russo. "Diante das informações prestadas pelo Rosselkhoznadzor, o Mapa solicitou o envio dos certificados do Serviço de Inspeção e os respectivos laudos laboratoriais indicando a presença do estimulante de crescimento para que possa fazer uma investigação interna e, consequentemente, as correções necessárias em casso positivo".

 

Os documentos foram entregues à Embaixada Brasileira em Moscou e serão traduzidos e enviados para o Brasil até amanhã. O ministério também afirma que ainda não recebeu notificação da suspensão das importações, apenas da presença de ractopamina. 

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