As vendas externas de carne bovina devem fechar 2016 com um faturamento de US$ 5,5 bilhões, ante US$ 5,9 bilhões registrados no ano passado, o que representa uma queda de 6,8%, e bem abaixo da estimativa inicial de US$ 7,5 bilhões.

 

Quanto ao volume embarcado, deve totalizar 1,4 milhão de toneladas, mesmo patamar de 2015, porém, inferior a 1,5 milhão de toneladas alcançadas em 2013 e 2014.

 

O balanço prévio do setor foi divulgado, em São Paulo, capital, pela Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), em coletiva de imprensa. Segundo a entidade, o Brasil vai fechar o ano exportando carne bovina para 133 países. Os maiores compradores são Hong Kong, União Europeia (EU), China, Egito e Rússia.

 

"As oscilações do câmbio, ao longo do ano, e problemas conjunturais ocorridos em importantes mercados compradores da carne brasileira, como Rússia, Venezuela, Irã e Egito, afetaram as exportações", justifica o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli. "Deixamos de faturar cerca de US$ 670 milhões, apenas com esses quatro países."

 

De acordo com a Abiec, de janeiro a novembro deste ano, a receita com as exportações de carne bovina brasileira (in natura, miúdos, tripas, produtos industrializados e salgados) totalizou US$ 5 bilhões, 6% inferior aos US$ 5,4 bilhões obtidos em igual período de 2015. Por sua vez, o volume embarcado no acumulado até novembro somou 1,3 milhão de toneladas.

 

EXPECTATIVA POSITIVA

A Abiec projeta, para 2017, receita de US$ 6 bilhões e embarques de 1,5 milhão de toneladas, de carne bovina, incremento de 9% e 7%, respectivamente, em relação ao balanço estimado de 2016.

 

O fundamento para a expectativa positiva é a possibilidade de abertura de novos mercados na Ásia e na América do Norte, prevista para o próximo ano, entre os quais Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia, Canadá, México e Japão.

 

"As exportações para esses países podem agregar mais 180 mil toneladas ao ano. Como esses mercados valorizam mais a carne bovina, a receita poderia aumentar em US$ 1 bilhão por ano", calcula Camardelli, acrescentando que há uma expectativa positiva de que o Japão passe a importar do Brasil carne industrializada, miúdos processados e extrato de carne.

 

Os Estados Unidos também estarão na mira da Abiec em 2017. Os embarques de carne para este país começaram em julho e, até novembro, somaram 525 toneladas.

 

A expectativa é aumentar esse volume, pois o Brasil tem direito a uma cota de 64,8 mil toneladas/ano, disputada com Nicarágua, Costa Rica, Honduras, Irlanda e Chile.

 

"Em 2016, somente 61% desta cota foi utilizada, o que abre uma oportunidade de atender esta demanda", projeta o presidente da Abiec.

 

A União Europeia também faz parte das atenções da Abiec para o próximo ano. A negociação da ampliação da área habilitada para exportação, aprovação da Cota 481 e a inclusão da carne bovina no acordo de livre comércio entre UE e Mercosul estão entre as prioridades da entidade.

 

"Também esperamos completar 100% da Cota Hilton, que é de 10 mil toneladas. Em 2016, atingimos 92,9%", prevê a diretora-executiva da entidade Liège Nogueira.

 

O mercado asiático foi outro importante comprador da carne bovina brasileira em 2016. Para ter uma ideia, os países da Ásia com os quais o Brasil tem acesso, como Hong Kong, China, Filipinas, Malásia, Tailândia, entre outros, representaram um faturamento de US$ 1,4 bilhão e embarques de 361 mil toneladas, incremento de 30% e 38%, respectivamente, em relação ao período de janeiro a novembro de 2015.

 

ABATE E CONFINAMENTO

Segundo a Abiec, o abate de bovinos no Brasil deverá totalizar 22,04 milhões de cabeças em 2016, apenas tomando por base os estabelecimentos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF).

 

Este volume significa uma queda de 2% em relação às 22,54 milhões de cabeças abatidas em no ano passado.

 

Por sua vez, neste ano, o confinamento de gado deve somar 4,1 milhões de cabeças, abaixo da expectativa inicial de 5 milhões.

 

"Devemos ter uma maior oferta de animais no próximo ano em razão do ciclo pecuário e do preço do grão no mercado doméstico", acredita Camardelli.

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