A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), senadora Kátia Abreu, denunciou nesta terça-feira (21), em  discurso no Senado, o risco de conflitos e violência entre índios e produtores rurais que “estamos prestes a presenciar, especialmente no Mato Grosso do Sul”.  Foram 30 fazendas e 17 mil hectares de terras invadidas por grupos indígenas porque “um proprietário de fazenda conseguiu uma liminar, na Justiça Federal de reintegração de posse da sua terra”, assinalou.  “Para nossa surpresa  e indignação, a Polícia Federal chegou ao local e, ao invés de cumprir a determinação judicial,  prendeu o proprietário, sua esposa e filhos”, afirmou a senadora.

 

“Em que mundo estamos vivendo”, indagou. “Um conflito artificial entre índios e brancos está  sendo armado por uma minoria e uma decisão judicial é descumprida”, destacou na tribuna. Parece que o Ministério da Justiça  “só faz justiça aos brasileiros índios”, reclamou. “E quem fará justiça aos brasileiros brancos? Quem vai proteger os produtores rurais?”, questionou.  

 

A senadora Kátia Abreu lembrou que o setor agropecuário responde por 37% dos empregos no Brasil,  um quarto de tudo que é produzido no País e o equilíbrio da balança comercial brasileira. Sendo assim, “precisa ser tratado com equilíbrio e dentro dos pressupostos legais, das leis vigentes no País”, afirmou.

 

- Queria que o ministro Eduardo Cardozo, da Justiça, tivesse o mesmo senso de equilíbrio e justiça que teve no episódio das quatro mil famílias da Fazenda Suiá-Miçu. Mas eram brancos e foram expulsos, colocando 1000 crianças vivendo debaixo de lona, em condições deprimentes, disse ela.

 

A senadora disse, no entanto, que vai lutar até o fim para que as leis sejam cumpridas, “jamais rasgaria uma página que fosse da Constituição”.

 

CIMI e Funai – A presidente da CNA também fez duras críticas ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário), à Funai (Fundação Nacional do Índio), ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos por não estarem cumprindo com suas obrigações legais. O CIMI,  disse, representa uma parte da Igreja Católica, não o seu todo. A entidade “quer mantê-los no isolamento e na pobreza”, denunciou.

 

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