Apesar do número de casos parecer baixo, perto da quantidade de animais e produtores de bovinos e bubalinos no Mato Grosso do Sul, com o registro de 192, 13 e 38 focos, nos anos de 2014, 2015 e 2016, respectivamente, o Mato Grosso do Sul precisa ficar em alerta quanto a vacinação contra a doença Brucelose.

 

De acordo com informações da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DDSA) da Coordenação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), departamento da Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal (IAGRO), o Mato Grosso do Sul possui índice de 7% de prevalência de brucelose em animais e de 30,6% em rebanhos, ou seja, em cada 100 propriedades, 30 possuem animais doentes.

 

Provocando perdas econômicas aos produtores, a Brucelose provoca abortos ou nascimentos de crias fracas, queda dos índices de produtividade, redução da produção leiteira. “As propriedades onde a doença está presente possui valor comercial de seus animais depreciado, e consequentemente, em posição desvantajosa na disputa de novos mercados”, destacou a fiscal estadual agropecuária e médica veterinária, Daniela de Oliveira Cazola.

 

A transmissão da doença ocorre por meio da ingestão de leite cru ou de produtos lácteos não submetidos a tratamento térmico, oriundos de animais infectados, como também exposição a fluídos placentários e fetais ou carcaças de animais doentes. O manuseio da vacina B19, que é patogênica para o homem, é outro fator que põe em risco algumas classes de profissionais.

 

A probabilidade de infecção é maior no caso de homens adultos que trabalham com a saúde, criação e manejo de animais ou nos abatedouros e casas de carne. No entanto, mulheres e crianças também podem ser infectadas, assim como é possível a transmissão vertical da enfermidade da mãe para o feto. Os sinais clínicos no ser humano podem ser confundidos com os da gripe, ocorrendo, em casos mais graves, alterações sistêmicas do sistema nervoso central, coração, ossos, articulações, fígado e aparelho digestivo. Nas mulheres pode causar aborto espontâneo e infertilidade nos homens.

 

Para conter o avanço da doença, a vacinação deve ser realizada em todos os animais fêmeas das espécies bovina e bubalina, na faixa etária de três a oito meses, utilizando-se dose única de vacina viva liofilizada. “Em propriedades localizadas nos municípios de Corumbá e Ladário e nas definidas pela IAGRO como propriedades pantaneiras, localizadas nos municípios de Coxim, Rio Verde, Rio Negro, Aquidauana, Miranda e Porto Murtinho, é permitido realizar esquema vacinal diferenciado, que consiste na utilização da vacina não indutora da formação de anticorpos aglutinantes, amostra RB51, em fêmeas com idade de 3 a 12 meses”, explicou Daniela.

 

As doses podem ser adquiridas pelo produtor rural em estabelecimentos de comércio de produtos de uso veterinário que possuem licença válida emitida pelo MAPA para a venda de vacinas sujeitas ao controle especial e ainda estar cadastrado na Iagro.

 

A comprovação da vacinação é realizada pela emissão de atestado pelo médico veterinário cadastrado que realizou a vacinação e, este comprovante, deve ser registrado pelo produtor rural no sistema informatizado E-SANIAGRO dentro do semestre de realização da vacinação.

 

A Iagro atua na fiscalização em propriedades, no trânsito e em eventos com aglomeração de animais, no cadastramento de médicos veterinários para a responsabilidade técnica da vacinação, na fiscalização do comércio das amostras B19 e RB 51 e de insumos destinados ao diagnóstico de rotina de brucelose e tuberculose, na certificação de estabelecimentos livres e na fiscalização do sacrifício ou abate de animais positivos.

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