Por volta das 5h da manhã desta terça-feira (25), cerca de 200 índios bloquearam a rodovia BR-163, no quilômetro 497, solicitando a permanência do cargo do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antonio Costa. De acordo com o índio Claudio Terena, um dos líderes do protesto, o atual mandatário está sofrendo pressão para colocar políticos em cargos de confiança, o que, segundo os indígenas, pode acarretar em mais perdas para a comunidade. O congestionamento chegou a mais de 10 km nos dois sentidos da via, mas, nas últimas horas, os índios estão liberando o tráfego aos poucos.

 

“A Funai não é cabide de emprego, e não vamos aceitar nomeações políticas, queremos pessoas comprometidas com o nosso povo”, disse Terena.

 

A exoneração do cargo do presidente da Funai era para ter acontecido no último dia 19, mas o governo federal adiou a decisão e, na próxima semana, deve ser publicada a demissão de Costa. Ele ainda destacou a perda do cargo é motivada por não ceder as pressões para indicar parceiros políticos do Partido Social Cristão (PSC) em coordenações dentro do órgão. “As coordenações regionais trabalham diretamente com a comunidade indígena e eles não aceitam políticos. Eles (PSC) queriam colocar pessoas que nunca trabalharam com o tema”, comentou.

 

O desentendimento entre as lideranças partidárias e o chefe da Funai começou quando Costa não aceitou a nomeação de coordenadores regionais em Boa Vista (Roraima), Campo Grande (MS) e Passo Fundo (RS), de pessoas ligadas a bancada ruralista, grupo de parlamentares contrários à política indigenista e à demarcação de terras para essa população.

 

Informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que está fazendo a segurança e conversando com os índios para tentar achar uma solução para o bloqueio, mostram que houve atrito entre índios e motoristas e os manifestantes estão armados com arco e flecha, facão, paus e pedras.

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