Governador se reúne com deputados para apresentar defesa contra denúncias da JBS
Na manhã desta terça-feira (23), os deputados estaduais e o governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja se reuniram na sala da Presidência da Assembleia Legislativa, para discutirem sobre a defesa do chefe do Executivo frente às denúncias de pagamentos de propina realizados pela empresa JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, a pecuaristas, políticos e empresários sul-mato-grossenses.
Solicitado pelo próprio Azambuja, o encontro teve por objetivo apresentar provas contrárias ao mostrado pelos irmãos empresários e discutir sobre as investigações protocoladas na ALMS que solicitam o impeachment do governador.
“Três pedidos de investigação foram protocolados na Assembleia Legislativa e todas pedem apuração dos possíveis crimes de responsabilidade do governador com base nas delações da JBS, que são fatos de conhecimento público e que essa Casa [de Leis] não poderá se furtar de investigar”, afirmou o presidente da ALMS, Junior Mochi.
O deputado petista Pedro Kemp apresentou requerimento solicitando a criação de uma Comissão Especial para apurar a concessão de benefícios fiscais à JBS em troca de propina de mais de R$ 45 milhões. “Isso caracteriza conduta atentatória a probidade administrativa”, disse Kemp.
Criada a Comissão, os líderes das bancadas partidárias irão indicar os respectivos membros, que farão apuração das denúncias e emitirão relatório a ser aprovado em plenário. “Os membros da Comissão devem eleger presidente e relator já na primeira reunião. Quero deixar claro que vamos nos basear no Regimento Interno e na Lei 1079 [de 10 de abril de 1950] e que a questão não é política. Teremos a maturidade, sensibilidade e sensatez para apurar os fatos e emitir os devidos julgamentos”, ressaltou o presidente.
Azambuja destacou em entrevista coletiva na tarde de ontem (22) que existem 1.199 empresas instaladas em Mato Grosso do Sul que possuem benefícios fiscais e que isso é uma política que tem contribuído com o desenvolvimento do Estado, sendo o único que possui saldo positivo de vagas de emprego.
As denúncias dos irmãos apontaram que mais de 1,8 mil políticos de todo o Brasil receberam recursos da empresa oriundos de propinas. Entre eles está o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), que foi acusado de emitir duas notas, em 16 de setembro e 28 de outubro de 2016, no valor total de R$ 1,692 milhão, de venda de gado que não ocorreu.
O deputado foi à tribuna da Casa de Leis e apresentou diversos documentos de ganhos e operações financeiras que demonstram a atuação como produtor rural. Destacando ainda que não há denúncia formal ou documentos que comprovam qualquer problema. "Tenho escritório de compra e venda de bois em Dourados há 33 anos, compro e vendo para vários frigoríficos e, entre eles a JBS, e fiz questão de vir aqui e dar uma satisfação, não com palavras, mas com documentos, à sociedade sul-mato-grossense", disse o deputado.
Outros deputados também rebateram as denúncias dos empresários. Lidio Lopes (PEN), Eduardo Rocha, Renato Câmara, Marcio Fernandes, Antonieta Amorim, todos do PMDB e Mara Caseiro (PSDB) destacaram que todas as contas de campanha foram aprovadas pelos órgãos fiscalizadores.
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