Em coletiva realizada na tarde de ontem (20) na Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul), 19 entidades entre federações, associações e organizações sul-mato-grossenses diretamente ligadas a produção agropecuária e os governos federal e estadual, ressaltaram que a produção de carne no Mato Grosso do Sul segue rígidos controles de qualidade nacionais e estaduais para que a população possa ter acesso a produtos de primeira linha e criticaram a forma como foi realizada e divulgada a operação da Polícia Federal Carne Fraca, lançada na última sexta-feira (17) que investigou 21 frigoríficos e resultou no fechamento de somente 3 deles, em um universo de quase 5 mil estabelecimentos, que apresentaram irregularidades.

 

Eles lembraram também que o estado está se tornando um dos principais exportadores de carne para dezenas de países, inclusive para mercados que possuem uma exigência muito alta no controle de qualidade como Estados Unidos e Japão.

 

O presidente do Sistema Famasul Maurício Saito destacou que produção de carne do Mato Grosso do Sul é confiável e as inspeções são realizadas desde muito antes do abate, passa pela a maneira como é realizado o transporte e o acondicionamento dos produtos, chegando até a venda final nos estabelecimentos comerciais. “Temos total confiança em todos os elos da cadeia produtiva do Estado. Precisamos mostrar à sociedade que temos uma carne de qualidade, passando por uma rigorosa inspeção diária, por isso sempre foi mundialmente respeitada e consumida”, disse.

 

As instituições resaltaram que se houver irregularidade em qualquer momento ou alguma atividade ilícita realizada por qualquer pessoal é fundamental que haja uma investigação e os culpados sejam punidos conforme a lei, mas ressaltaram que é preciso haver uma responsabilidade na divulgação das informações para não afetar os trabalhadores sérios e honestos.

 

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar Jaime Verruck informou que é preciso fazer uma análise do resultado de um evento como o que foi feito. “Ainda é cedo para avaliar os impactos, mas alguns países, como a China e o Chile suspenderam alguns embarques e isso nos preocupa. A primeira medida foi esse posicionamento conjunto das autoridades perante a sociedade reiterando a qualidade do nosso produto e a responsabilidade de toda a cadeia produtiva”, disse.

 

Para o presidente da Federação das Indústrias de MS (Fiems) Sério Longen é primordial que o consumo realizado pelas famílias brasileiras continue de maneira normal, já que o incidente ocorreu de forma pontual e não representa os trabalhadores do setor de forma geral. “O foco, agora, é o mercado interno de Mato Grosso do Sul. Nossa carne passa por um serviço de inspeção rígido e rigoroso, que pode ser detalhado pelos médicos veterinários e fiscais do Ministério da Agricultura aqui presentes”.

 

A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) e a Frente Nacional da Pecuária (Fenapec) divulgaram uma nota com o intuito de esclarecer a população sobre o ocorrido, informando que a ação da Polícia Federal não condiz com a realidade nacional. Segundo informações das entidades, os produtores sul-mato-grossenses não estão envolvidos nas denúncias da operação, que apurou que, de 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), somente 33 são acusados de irregularidades na fiscalização.

 

A nota ressalta ainda que a pecuária do Mato Grosso do Sul há anos investe em melhoramento genético, nutrição, mão de obra qualificada, boas práticas e manejo sanitário adequado, garantindo a abertura de mercado para exportação. As entidades ainda ressaltam que a população pode confiar na produção sul-mato-grossense da pecuária, tanto da criação a pasto quanto de confinamento, da suinocultura e a avicultura e repudia o terrorismo utilizado pelo exercício do abuso de poder e de autoridade.

 

Participaram do encontro na Famasul as seguintes entidades e seus representantes:

 

Mauricio Saito – presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

Sérgio Longen – presidente da Federação das Indústrias de MS (Fiems).

Edison Araújo – presidente da Federação do Comércio de MS (Fecomércio).

Alfredo Zamlutti Júnior – presidente da Federação das Associações Empresariais (Faems).

Eduardo Riedel – secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica.

Jaime Verruck – secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.

Cleber Soares – chefe-geral da Embrapa Gado de Corte.

Nedson Rodrigues – presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Novilho Precoce.

Rafael Gratão – presidente do Movimento Nacional dos Produtores (MNP).

Jonatan Barbosa – presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).

Celso de Souza Martins – superintendente Federal da Agricultura (MAPA).

Luciano Chiocheta – diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

João Vieira de Almeida Neto – presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

Ivo Scarcelli – presidente do Sindicato das Indústrias de Frios e Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems).

Celso Ramos Regis – presidente do Sistema OCB/MS.

Adroaldo Hoffman – presidente da Associação de Avicultores de MS (Avimasul).

Rainer Ruiz Goehr – representante Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (ASUMAS).

Sérgio Luis Marcon – vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS).

Luis Alberto Moraes Novaes – presidente da Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias.

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