A pressão baixista nos preços do boi gordo tomou conta das praças brasileiras, motivada pelas escalas de abate confortáveis e a dificuldade no escoamento dos cortes de carne bovina no mercado doméstico, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

Em São Paulo, por conta das escalas de abate alongadas e do menor ímpeto comprador pelas indústrias frigoríficas, todas as categorias de bovinos para abate tiveram queda nesta quarta-feira, 26 de julho, relata a Scot Consultoria.

Com isso, o boi gordo, vaca e a novilha gordas registraram recuo diário de R$ 5,00/@, atingindo R$ 235/@, R$ 207/@ e R$ 225/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), segundo apuração da Scot.

Por sua vez, diz a Scot, o “boi-China” (abatido com até 30 meses de idade) está valendo R$ 240/@, no prazo, preço bruto, agora com um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.

No atacado, de acordo com apuração da Agrifatto, as vendas de carne bovina apresentam baixa fluidez e há ofertas de produtos remanescentes ainda da semana passada, com os atacadistas bem abastecidos até o dia 28/07 (próxima sexta-feira).

O preço da carcaça casada segue estável, na casa dos R$ 15/kg, mas sem viés de novas baixa ao longo da semana, observa a Agrifatto.

Em âmbito nacional, segundo levantamento da S&P Global Commodity Insights, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo seguiu esparso nesta quarta-feira.

“Boa parte das unidades de abate continua atuando de forma cadenciada nas compras de gado gordo, alegando dificuldade no escoamento da produção de carne”, ressalta a consultoria.

Paralelamente, continua a S&P Global, a baixa oferta de animais terminados também limita os avanços das escalas de abate, o que serve de suporte para minimizar maior especulação baixista sobre os preços da arroba.

“Neste contexto, a queda de braço entre ambas as pontas do mercado se intensifica”, reforçam os analistas da S&P Global.

Mesmo com escalas de abate apertadas, os frigoríficos sinalizam valores (para o boi gordo) bem abaixo das máximas vigentes.

Segundo a S&P Global, nesta quarta-feira, as indústrias frigoríficas trabalham para liquidar os estoques de carne bovina, que seguem cheios.

Analistas da S&P Global dizem que, neste ano, cresceu no Brasil a ocorrência de fluxos de carne bovina (carcaça ou cortes) entre os Estados, uma estratégia que visa desovar excedentes onde as condições de preço estão mais interessantes.

Cotações máximas de machos e fêmeas na quarta-feira, 26/7

(Fonte: S&P Global)


SP-Noroeste:

boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 212/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 236/@ (à vista)
vaca a R$ 207/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 238/@ (prazo)
vaca a R$ 209/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 212/@ (prazo)
vaca a R$ 192/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 210/@ (à vista)
vaca a R$ 185/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 207/@ (à vista)
vaca a R$ 190/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 228/@ (prazo)
vaca R$ 202/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 222/@ (prazo)
vaca a R$ 197/@ (prazo)

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