As ações e investimentos dos gestores na proteção e conservação do meio ambiente, ajudam a aumentar a renda e receita dos municípios do Mato Grosso do Sul. Esta estratégia é desenvolvida pelo ICMS Ecológico, que permite um repasse maior às prefeituras que atenderem os critérios estabelecidos.

Criado em 1991, o ICMS Ecológico ajuda os gestores municipais a aumentar a renda e assim ter maior capacidade de investimento na sua cidade. Para ter acesso a esta verba os municípios precisam ter parte de seu território integrando terras indígenas homologadas, unidade de conservação da natureza devidamente inscrita no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação, plano de gestão, sistema de coleta seletiva e disposição final de resíduos sólidos urbanos, entre outros.

Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (Foto: Divulgação)

Em Mato Grosso do Sul o percentual de cada município para 2022 foi divulgado  no final de dezembro do ano passado (Confira aqui). Das 79 cidades, 77 vão receber este recurso extra. Com maiores índices estão Alcinópolis (8,8479), Jateí (7,9801), Taquarussu (7,2653), Bodoquena (6,3709), Bonito (5,6456) e Naviraí (5,0899).

“Um incentivo financeiro pelas ações ambientais desenvolvidas pelos municípios. Dessa forma, o município vai receber, separadamente, todos os meses, esse valor relativo ao ICMS Ecológico e poderá investir em mais ações ambientais”, destacou o titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck.

Recurso importante

Prefeito de Alcinópolis, Dalmy Crisostomo da Silva (Foto: Saul Schramm)

Os prefeitos destacam que este recurso é importante e fundamental para ajudar nas contas mensais, em muitos casos correspondem uma parcela significativa da receita das cidades. “Por mais que seja recurso carimbado, facilita demais aos municípios pequenos, em gastos por exemplo com manutenção de estradas e pontes, que dão acesso a unidades de conservação e pontos turísticos”, destacou o prefeito de Alcinópolis, Dalmy Crisostomo da Silva.

Dalmo ponderou que sua cidade conta com três unidades de conservação, que representam 40 mil hectares. “Com esta verba podemos fazer um trabalho diferenciado, aumentando a frota (veículos) e cuidando dos pontos turísticos, investindo nas trilhas e passarelas. Nada disto poderia ocorrer sem o recurso. No entanto fazemos nossa parte com tratamento adequado dos resíduos sólidos, coleta seletiva e uma série de ações no setor”.

Prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite (Foto: Arquivo)

O prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite, revelou que 50% da receita de ICMS do município vem do repasse ecológico. “Este recurso sempre foi importante e continua sendo para cidade. Nosso município tem bom percentual porque aqui está 42 mil hectares do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema”, destacou.

Prefeito de Bodoquena, Kazu Horii (Foto: Arquivo)

Clóvis José do Nascimento, prefeito de Taquarussu, citou que esta renda é fundamental para “sobrevivência” das contas públicas. “Trata-se de uma verba fundamental, este ano até vamos receber menos em função de um imbróglio judicial com estação ecológica municipal”, ponderou.  

Para o prefeito de Bodoquena, Kazu Horii, o ICMS Ecológico é um dos mecanismos mais importantes para realização de ações de preservação. “Dentro do plano de aplicação do recurso para 2022, estão à implantação da coleta seletiva, e também a implantação do aterro sanitário. Também há estratégias para evitar o turvamento dos rios e incêndios florestais. Acredito que essas medidas não seriam possíveis sem este subsidio financeiro”.

Leonardo Rocha

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