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Durante audiência pública realizada nesta segunda-feira na Câmara Municipal, o deputado Gerson Claro, presidente da ALEMS, reiterou o posicionamento firme do Poder Legislativo estadual em defesa dos interesses da população sul-mato-grossense. Ele lembrou que, após 11 anos de concessão à iniciativa privada, apenas 150 dos 843 quilômetros da rodovia foram efetivamente duplicados, o que representa um avanço aquém das expectativas da sociedade.

“A Assembleia não contesta a decisão da ANTT de repactuar o contrato com a CCR MSVia, pois essa alternativa se apresenta como a mais célere para viabilizar os investimentos necessários, garantindo um tráfego mais seguro. A sociedade até aceita pagar o pedágio, mas exige soluções técnicas eficazes que reduzam significativamente os índices de acidentes. Não podemos mais assistir, de forma passiva, à perda de vidas nessa rodovia que atravessa o Estado de Norte a Sul, entre Sonora e Mundo Novo, passando por 21 municípios”, enfatizou o parlamentar.

Gerson Claro também destacou a ineficácia do modelo contratual vigente, demonstrando preocupação com os dados financeiros do período de 2014 a 2023. Segundo ele, enquanto a concessionária recebeu um aporte financeiro de R$ 3,9 bilhões e arrecadou R$ 3,6 bilhões em pedágios, o volume investido efetivamente na duplicação da rodovia foi de apenas R$ 1,9 milhão, valor considerado extremamente baixo diante das necessidades estruturais da BR-163.

O parlamentar chamou a atenção para os trechos críticos localizados em áreas urbanas, como em Campo Grande, onde o anel viário representa risco constante à população, além de cidades como São Gabriel do Oeste, Rio Verde e Coxim. “É urgente a duplicação entre Campo Grande e Dourados, por exemplo. Com o apoio do governador e da bancada federal, levaremos esse clamor da sociedade à ANTT, para que seja considerado no novo contrato de concessão”, reforçou.

Gerson considera a proposta inicial da nova fase da concessão como “insatisfatória e insuficiente”. A previsão de duplicação de apenas 68 km nos próximos dois anos, incluindo 5,71 km em Mundo Novo, 10,97 km em Eldorado, 5,95 km em Itaquiraí, 3,43 km na Vila São Pedro e 2,75 km na Vila Vargas (ambas próximas a Dourados), está longe de atender às demandas reais da malha viária e da população usuária da BR-163. Ele afirma que continuará atuando para que o novo contrato seja mais abrangente e contemple, de fato, os anseios do povo sul-mato-grossense.