A opção por lavouras de soja transgênicas (OGM) ou convencionais (OGM Free) não é mais uma decisão embasada somente no custo de produção ou na economia com os insumos sobre cada hectare cultivado, e sim no
resultado que se busca na lavoura e no mercado que se pretende atingir visto que
na safra 2012/13 – que começa daqui a exatamente um mês em Mato Grosso – o
desembolso final estimado para o plantio é praticamente o mesmo, de R$ 2,13 mil
por hectare com OGM Free e de R$ 2,14 mil para OGM.

Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea),
que pela primeira vez avaliou a necessidade de investimentos para cada
tecnologia adotada. Antes desta divisão, o Instituto extraía uma média de ambas
para ter uma projeção de custo à sojicultura estadual. A segmentação passa a ser
mensal a partir de agosto e publicada sempre na segunda-feira de cada mês.


O analista de mercado do Imea, responsável pela publicação, Otávio
Behling Júnior, explica que a divisão dos estudos foi uma necessidade demanda
pelo produtor mato-grossense e que a paridade nos custos de produção das
distintas tecnologias não surpreende porque há diferenças de valor para uma e
outra tecnologia e que ao final da análise se observa que um insumo compensou o
outro. “Por exemplo, a lavoura OGM tem preços de sementes mais caros em
comparação a OGM Free e esta, por sua vez, tem desembolsos maiores em relação
aos herbicidas”, explica.

Para alguns mercados específicos, nichos, só
há espaço para soja OGM Free e para produção desse grão, o produtor em geral
recebe um ‘plus’ que pode variar de R$ 2 a R$ 5 por saca. O conflito ainda entre
pagamentos de royalties pelo uso das sementes transgênicas também afugenta
alguns produtores. O apelo para produção de soja transgênica, em geral, é pela
maior facilidade de manejo na lavoura e para manter o campo mais limpo, livre de
plantas invasoras.

Na planilha de custos elaborada pelo Imea a maior
diferença de preços está nos herbicidas e chega a 23% na comparação entre os
principais insumos utilizados. Considerando volumes necessários para cobertura
de um hectare, na soja OGM Free – chamada também de soja livre ou soja
convencional – se desembolsam R$ 113,22, enquanto que para mesma área da soja
OGM – soja transgênica ou RR – são necessários R$ 86,85, diferença de 23%. O
químico é utilizado no manejo de plantas daninhas e invasoras e a maior parte da
semente OGM vem com tolerância ao herbicida (TH).

Em relação às
sementes, o custo com cultivares OGM supera em 15,49% o valor com sementes
convencionais, de R$ 110,14 para R$ 95,36.

Para aquisição de inseticidas
(combate aos insetos das lavouras como lagartas e percevejos) o produto
destinado à soja RR é cerca de 7,5% mais caro em relação à convencional, R$
155,40 para R$ 144,47.

O fungicida, insumo de primeira necessidade no
Estado para controle e combate da ferrugem asiática, não há praticamente
diferença no custo e a utilização sobre cada hectare custará cerca de R$ 105,53
na convencional e R$ 105 na OGM.

No informativo de agosto, que será a
referência este mês, a base é de cálculo é o dólar médio de julho, R$ 2,03, e a
estimativa de produtividade é de 52 sacas por hectare.

MAIS CARA – A
safra 2012/13 será a mais cara da história no Estado. Conforme o Imea, o custo
ficará em R$ 2,13 mil, por hectare, 28% acima da média registrada em igual
período do ano passado, R$ 1,64 mil. No período, a taxa de câmbio avançou
27,32%, passando de R$ 1,61, base junho/2011 para R$ 2,03, conforme base julho
2012.

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